O Dia da Mata Atlântica, nesta terça-feira, 27 de maio, será marcado pelo início de mais uma edição da Campanha Fiscal das Queimadas, lançada pelo Comitê Guandu nas suas redes sociais (confira o link do vídeo ao fim do texto). A ação faz parte das várias ações da agenda de Infraestrutura Verde do Colegiado voltadas à preservação desse importante bioma, que ocupa 45% de toda a Região Hidrográfica II (RH II).

Com previsão de investimentos acima de R$ 50 milhões na Programação Anual de Atividades e Desembolso (PAAD), em 2025, na agenda de Infraestrutura Verde, o Comitê Guandu já trabalha na ampliação do programa Produtores de Água e Floresta (PAF), cujo edital para a preservação e restauração de mais áreas da Mata Atlântica segue com inscrições abertas aos produtores rurais. A ideia é ampliar ainda mais o alcance do PAF, que desde a sua criação já soma mais de 5 mil hectares de áreas florestais restauradas e conservadas em municípios da RH II.

Também estão previstos para este ano recursos para a implementação do Plano Diretor Florestal; ao Plano Associativo de Combate, Prevenção e Mitigação de Incêndios Florestais; e para o Plano de Manejo das Unidades de Conservação Ambiental, por exemplo.

“Investindo na restauração e na conversão produtiva, conseguimos efetivamente atuar e fortalecer a infraestrutura verde na bacia, preservando a Mata Atlântica. A importância de estarmos realizando ações como o PAF é para garantir segurança hídrica da nossa bacia, tendo retorno na qualidade e quantidade de água. E as ações voltadas para a educação e os investimentos na prevenção e combate aos incêndios são superimportantes para garantirmos a preservação de tudo que estamos ganhando na restauração florestal”, ressaltou o diretor-geral do Comitê Guandu e engenheiro florestal da Cedae, Elton  Abel. 

Junto de outras instituições que atuam na preservação do meio ambiente na Região Hidrográfica II, na bacia dos rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim, o Comitê utilizará, até setembro, a Campanha Fiscal das Queimadas para divulgar vários vídeos e outras mídias com alertas contra os incêndios florestais para reforçar a sua luta pela preservação da Mata Atlântica, indispensável à segurança hídrica. 

O objetivo é reforçar durante os próximos meses a importância de se evitar incêndios florestais, alertando para uma prática muitas vezes criminosa e os danos ocasionados em toda a biodiversidade, principalmente com o inverno, um dos períodos mais críticos para a ocorrência das queimadas, diante do tempo seco e de festividades juninas.

Para este ano, as ações ganharam reforço com um novo workshop sobre queimadas que reuniu representantes governamentais, da sociedade civil que atuam nesta agenda, e organizações públicas que trabalham contra as queimadas na RH II para a troca de informações e articulação ao entendimento de demandas e propostas direcionadas à pauta.

A exemplo do que aconteceu em 2022, quando prefeituras receberam do Comitê Guandu a doação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e outros materiais de combate a incêndios florestais, na PAAD de 2025 já tem reservado R$ 5 milhões para ações e aquisições de equipamentos e suprimentos voltados aos municípios contra as queimadas.
O olhar atento a este ano é também um reflexo do que já representa o início de 2025 em relação a incêndios em vegetação. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, foram registradas mais de 6 mil ocorrências deste tipo nos três primeiros meses de 2025 contra 1.200 casos constatados no mesmo período de 2024, o que aponta um aumento em 400%.

O Boletim Queimadas da Fundação Ceperj revelou que em março o alerta alcançou mais uma vez a máxima histórica dos últimos dez anos. Seropédica e Rio de Janeiro, que estão inseridos na RH II, estão entre os municípios onde sensores de satélites de monitoramento captaram mais pontos na superfície terrestre cuja temperatura está acima de 47ºC.

Para a diretora de Recuperação Ambiental do Colegiado, Cristiane Siqueira, a movimentação em torno do tema é importante para um aprendizado coletivo. Além dos vídeos veiculados nas redes sociais, os workshops são um excelente momento para entender todos os atores deste problema que se tornou recorrente. “O Comitê Guandu faz parte de um dos biomas mais importantes do estado e a conscientização é um dos primeiros requisitos para que as pessoas cuidem das nossas florestas”, comentou a diretora.

Plano Diretor Florestal é outro aliado ao bioma

Os combates às queimadas e aos incêndios que ocorrem na bacia do Rio Guandu também receberam atenção especial do Plano Diretor Florestal (PDF) da Região Hidrográfica II (RH II), que direciona a implementação de ações estratégicas concretas para a redução dos impactos associados ao uso e manuseio impróprio do fogo, sensibilizando os atores da região sobre os danos. 

O PDF propõe ainda o planejamento de uma série de outras ações de preservação e recuperação ambiental, com destaque à Mata Atlântica, aliada ao desenvolvimento econômico sustentável, além de nortear a aplicação de recursos na RH II, que é a primeira do estado do Rio de Janeiro a ter todos os Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMAs). Em 12 das 15 cidades, eles foram construídos de forma inédita e participativa, sendo custeado totalmente pelo Comitê.

A previsão do Comitê Guandu, por meio do PAAD, é de que R$ 8 milhões sejam investidos em 2025 em editais de fomento e na contratação de uma instituição para implementação das ações previstas no Plano Diretor Florestal.

“Os PMMAs e o Plano Diretor Florestal são fundamentais para preservar a Mata Atlântica, um bioma rico e ameaçado. Esses planos visam garantir a sustentabilidade dos recursos naturais, proteger a biodiversidade, melhorar a qualidade de vida local e mitigar as mudanças climáticas. O PMMA ajuda os municípios a planejar suas ações para recuperar áreas degradadas e conservar florestas, enquanto o Plano Diretor Florestal integra a gestão das águas e a conservação das florestas. Essas ferramentas têm um impacto extremamente positivo na oferta hídrica da bacia”, destacou o diretor executivo do Comitê Guandu, Antoni Felipe Oliveira.

Ampliação do PAF em prol da Mata Atlântica


Para seguir cumprindo o objetivo de aumentar a cobertura da Mata Atlântica na bacia que abastece nove milhões de pessoas e contribuindo com a produção natural de água, o Comitê Guandu quer com o novo edital do programa Produtores de Água e Floresta (PAF) alcançar mais produtores rurais com o Pagamento por Serviços ambientais (PSA), uma prática iniciada há 16 anos. São mais de 130 contratos assinados e cerca de R$ 3 milhões já repassados a proprietários de terras.

Além do PSA Anual, que mantém o pagamento para aqueles proprietários que disponibilizam as terras para serem restauradas e também os que já tinham áreas de matas preservadas, o Colegiado está apostando no PSA Apoio Financeiro, que é voltado justamente para a aquisição dos insumos (mudas, material para cercamento, adubo e outros) necessários à implantação da conversão produtiva, como sistemas agroflorestal ou silvipastoril, floresta manejada e práticas conservacionistas. 

Com um legado de resultados positivos e novas metas para o futuro, o PAF segue com o compromisso de restaurar mais 100 hectares de áreas degradadas, conservar 800 hectares de florestas e financiar a conversão produtiva em outros 50 hectares nos próximos dois anos, reforçando a importância da conexão entre conservação ambiental e desenvolvimento sustentável para a região.

As inscrições ao novo edital seguem até o dia 20 de junho de 2025. Para mais informações sobre como participar, os interessados podem entrar em contato com a equipe do programa pelo telefone (21) 97489-2934, acessar o Instagram oficial do PAF @paf_aguaefloresta ou conferir o edital pelo link: https://www.agevap.org.br/edital-001-2025

Seja um Fiscal das Queimadas

As empresas e instituições que se tornam parceiras da campanha também recebem o selo “Eu sou fiscal das queimadas”, e, o mais importante, ajudam a colocar em prática condutas de preservação para evitar incêndios, alertando os seus colaboradores e a sociedade de forma geral para os cuidados neste período seco. Para participar entre em contato com o Comitê Guandu pelo e-mail: comunicacao.guandu@agevap.org.br.

Já para denunciar as queimadas, ligue para o 193 ou no Linha Verde, um programa do Disque Denúncia. Os telefones são: 0300 253 1177 (para o interior, a custo de ligação local), 2253 1177 (para a capital), ou por meio do aplicativo para celulares “Disque Denúncia RJ”.

Principais causas de incêndio, segundo os Bombeiros:
Guimbas de cigarro;
Queima de lixo;
Queima de pasto sem acompanhamento e autorização;
Queda de balões – proibidos por lei.

Veja o vídeo da campanha: