A prisão de um homem em Seropédica-RJ pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), no último dia 19 de junho, por fabricar balões e fogos de artifício traz mais uma vez à tona uma prática criminosa que pode destruir todo um bioma com os incêndios florestais. Um dos alertas feitos pela Campanha Fiscal das Queimadas, do Comitê Guandu-RJ, é justamente sobre a soltura de balões que causa danos que vão para além dos gravíssimos prejuízos ao meio ambiente.
Um exemplo disso é o aumento em 112% na queda de balões na rede elétrica nos primeiros quatro meses de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Enel, responsável pela distribuição de energia em 66 municípios fluminenses, inclusive na Região Hidrográfica II. O impacto também foi maior no fornecimento de energia, conforme informou a assessoria de imprensa da empresa: 961 clientes tiveram o serviço interrompido, um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O crescimento das ocorrências acende um alerta, especialmente no período de festas juninas, quando a prática se torna mais recorrente também pela combinação do período mais seco, comum no inverno. A queda de balões também é responsável por incêndios na vegetação, que podem levar a curto-circuito nas linhas de transmissão, além de causar excesso de poeira, fuligem e fumaça.
Apesar de não ter dados específicos de incêndios relacionados diretamente à prática de soltar balões, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMRJ) também aproveita esta época para intensificar os alertas sobre esta prática criminosa.
“Quem vê balões voando pelo céu nem sempre conhece os riscos que carregam e as tragédias que podem causar. Por serem feitos da combinação de estopa com materiais inflamáveis (parafina e querosene ou álcool) aquecidos em seu interior, independentemente do tamanho, os balões entram em correntes de ar e são levados para locais imprevisíveis, impossíveis de monitorar. Dependendo de onde caiam, causam danos irreparáveis, ferindo pessoas, atingindo redes elétricas, causando explosões e incendiando matas”, alertou a Corpo de Bombeiros.
Porta-voz do CBMRJ, major Fábio Contreras também faz avisos importantes sobre outras práticas comuns nesta época do ano que trazem riscos e podem causar prejuízos ao meio ambiente.
“As festas juninas são muito importantes, mas é necessário a atenção redobrada na nossa segurança. Não solte o balão. Balão não é cultura, não é tradição. Soltar balão é crime e ele pode causar incêndios florestais, urbanos e até mesmo acidentes com aeronaves. Na hora de montar a fogueira, utilize apenas lenha seca e mantenha uma distância mínima de 5 metros de qualquer objeto e de pessoas. Os fogos de artifício, como foguetes, bombas e morteiros, só podem ser utilizados por empresas autorizadas. Aqui no Rio, por exemplo, a soltura por particulares é totalmente proibida. Festa segura é dever de todos. Em casos de emergência, ligue o 193”, reforçou major Fábio Contreras
Segundo a Lei nº 9.605/98, fabricar, vender, transportar ou soltar balões podem render multa e até três anos de prisão. Crimes ambientais são inafiançáveis e podem ser denunciados de forma anônima pelo canal Linha Verde. Ligue ou fale por WhatsApp nos números (21) 2253 1177 / 0300 253 1177 ou no APP “Disque Denúncia RJ” para celulares. Outros canais são o 190 da Polícia Militar ou o próprio 193 do Corpo de Bombeiros.
Assim como nos últimos três anos, a Campanha Fiscal da Queimadas de 2025 vai seguir com ajuda de parceiros até setembro. Além das ações nas redes sociais do Colegiado, a ideia é que as empresas e instituições parceiras também estejam engajadas com o projeto para que também se tornem um “Fiscal das Queimadas”. Tendo uma conduta de preservação para evitar incêndios, como também, alertar colaboradores para os cuidados neste período seco, são os principais quesitos para ser um Fiscal. Para participar entre em contato com o Comitê Guandu pelo email: comunicacao.guandu@agevap.org.br.
