O mês de junho representa o início do período mais crítico para a ocorrência de incêndios em vegetação, diante da combinação de tempo seco e atitudes irreparáveis do ser humano nos festivos juninos, como a soltura de balões e fogueiras. Mas dados do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro já revelam um cenário de alerta no estado com os casos mais do que dobrando em 2024, o que só reforça a necessidade de engajamento e a importância da Campanha Fiscal das Queimadas lançada pelo Comitê Guandu-RJ, em andamento até o fim de setembro.
Levantamentos da Corporação apontam que nos cinco primeiros meses deste ano, foram 6.361 casos de incêndios em vegetação registrados. Sendo que mais da metade desses atendimentos foram feitos somente no mês de maio. Em 2023, no mesmo período, foram 2.569 atuações do Corpo de Bombeiros em casos semelhantes. Os dados deste ano representam uma média de 42 incêndios em vegetação por dia, ou quase dois registrados a cada uma hora.
As condições atmosféricas, com a baixa umidade relativa do ar e a temperatura característica do período, segundo os Bombeiros, favorecem os incêndios florestais por conta da vegetação mais seca. O porta-voz do CBMRJ, major Fábio Contreras, afirma que as queimadas também podem impactar com possíveis deslizamentos de terra, já que o solo passa a ter mais dificuldade com a absorção da água da chuva. Segundo ele, 95 a cada 100 casos de incêndio são causados pelo ser humano, por isso o alerta da Corporação para as ocorrências provocadas não só durante os festivos juninos, mas também em outros casos de perigo, como descarte de guimbas de cigarro, queima de lixo e soltura de fogos de artifício.
No que se refere à soltura de balões, a preocupação é ainda maior. Por serem feitos da combinação de estopa com materiais inflamáveis (parafina e querosene ou álcool) aquecidos em seu interior – independente do tamanho -, os balões entram em correntes de ar e são levados para locais imprevisíveis, impossíveis de monitorar. Dependendo de onde caiam causam danos irreparáveis no meio ambiente, podendo ferir pessoas e atingir redes elétricas, causando explosões.
O artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) diz que fabricar, vender, transportar ou soltar balões pode levar a pessoa à detenção de um a três anos, ou multa, ou ambas, cumulativamente. Além da pena, vale ressaltar que os crimes ambientais são inafiançáveis.
É justamente para ajudar a combater este e outros tipos de crimes que podem destruir florestas, que o Comitê Guandu lançou no último 27 de maio, no Dia Nacional da Mata Atlântica, mais uma edição da Campanha Fiscal das Queimadas. Desde 2022, a iniciativa passou a reforçar as ações do Plano Associativo de Combate, Prevenção e Mitigação de Incêndios Florestais, do Comitê.
Além dos alertas em diferentes espaços na mídia, por meio de releases, vídeos, cards em redes sociais para conscientizar a população sobre os incêndios causados por atitudes irresponsáveis do homem, o Colegiado vem fortalecendo as prefeituras da Região Hidrográfica II, priorizando os municípios na preservação da Mata Atlântica, indispensável para a segurança hídrica não só da região.
Seja um parceiro
As empresas e instituições que se tornam parceiras da campanha também recebem o selo “Eu sou fiscal das queimadas”, e, o mais importante, ajudam a colocar em prática condutas de preservação para evitar incêndios, alertando os seus colaboradores e a sociedade de forma geral para os cuidados neste período seco. Para participar entre em contato com o Comitê Guandu pelo e-mail: comunicacao.guandu@agevap.org.br.
Já para denunciar as queimadas, ligue para o 193 ou no Linha Verde, um programa do Disque Denúncia: os telefones são 0300 253 1177 (para o interior, a custo de ligação local), 2253 1177 (para a capital), ou por meio do aplicativo para celulares “Disque Denúncia RJ”.