As mudanças climáticas estão em pauta no terceiro episódio do Podcast “Quanto Vale a Água?”, realizado pelo Comitê Guandu-RJ (veja no link abaixo). Especialistas debateram o tema, que é um dos maiores desafios da sociedade atual. Os impactos ao meio ambiente, especialmente a água, à saúde e até a produção de alimentos foram abordados, assim como possíveis soluções para minimizar os reflexos da crise do clima.

O cenário do Rio de Janeiro, em especial da Região Hidrográfica II, foi destacado pela subsecretaria estadual de Mudanças do Clima e Conservação da Biodiversidade, Marie Ikemoto; pela geógrafa Maria Affonso Pena, que atua no projeto PAF (Re) Floresta Água e Carbono; pelo coordenador da Câmara Técnica de Instrumentos Legais do Comitê Guandu (CTIL-G), o advogado Rafael Lima de Figueiredo (OAB – Nova Iguaçu); e pela diretora de Recursos Hídrico do Comitê, a subsecretária estadual de Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Ana Asti, esta responsável pela medicação do episódio.

“Fizemos um debate muito importante sobre como as mudanças climáticas afetam a vida das pessoas que vivem no território, afetam a nossa disponibilidade hídrica, seja na quantidade, seja na qualidade. Um conteúdo muito aprofundado sobre quais são os desafios que a gente tem pela frente e como é que isso afeta no nosso avanço hidrográfico”, ressaltou a diretora Ana Asti.

Durante o episódio, os convidados falaram do aumento do efeito estufa, defendendo a redução no consumo de combustíveis fósseis, o fim dos desmatamentos, estoque de carbono e o desenvolvimento de planos de prevenção para mudança climática. Também foram destacados projetos do Comitê que buscam o reequilíbrio ambiental, como o Produtores de Água e Floresta, que já resultou na recuperação e conservação de mais de cinco mil hectares de Mata Atlântica; o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); e a elaboração dos Planos Municipais de Mata Atlântica, entre outros.

“O caminho é investir em ações diversificadas, investir na infraestrutura verde. Não adianta só a gente não desmatar, a gente tem que realmente restaurar para dialogar com essa atenuação da mudança climática. Acho que é reforçar essas ações e sempre estar atento às questões climáticas que estão envolvidas dentro dessa bacia hidrográfica. Acho que a gente já tem um caminho certo, mas sempre cabem evoluções. Então, é continuar um diálogo participativo, dando atenção para essa diversidade de pautas que tangem a mudança climática”, afirmou a geógrafa Maria, que atua no PAF (Re) Refloresta, no planejamento e execução das ações socioambientais relacionadas à Restauração Florestal, Desenvolvimento Econômico Sustentável e Articulação Territorial na área do projeto em Rio Claro – RJ.

Os demais participantes do Podcast “Quanto Vale a Água?” seguiram a mesma linha sobre a importância da participação de todos os segmentos da sociedade nas questões climáticas. “A agenda de mudança climática é muito transversal. Ela envolve praticamente todos os setores, todos os níveis, a gente chama que ela é uma agenda multinível, é uma agenda multi-atores. Então a gente precisa ter um comprometimento e engajamento de todos”, comentou Marie Ikemoto, que é doutora em Meio Ambiente pela UERJ e coordenadora do Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais.

Articulista e palestrante sobre blockchain, mercado de carbono, saneamento, proteção de dados e novas tecnologias, o advogado Rafael Lima defendeu que o Comitê Guandu, como um “parlamento das águas”, é o espaço mais adequado para que todos os atores da sociedade possam participar. “Com essa união, essa parceria que os comitês de bacias, principalmente o Guandu, conseguem fazer e os novos projetos, eu sou muito otimista que a gente consiga ainda mais avanços para todo mundo aqui do estado do Rio de Janeiro”, disse.

Agradecendo a participação de todos os convidados no Podcast, a mediadora Ana Asti finalizou ressaltando que avanços já vem acontecendo com os projetos realizados pelo Comitê, que vão se refletir também na qualidade dessa água.

“A gente vai enfrentar nos próximos 10, 20, 30 anos essas mudanças, essa falta de água ou esse excesso de água cada vez mais intensos e isso gera para a gente, certamente, uma tensão muito grande e cada vez uma necessidade mais integrada de saber trabalhar em equipe com união, tanto dentro do Comitê, quanto do Colegiado com os atores que também têm um processo importante na tomada de decisão e na ação no território”, finalizou Ana Asti.

Além de conferir todos os detalhes do episódio sobre “Mudanças Climáticas”, você também pode assistir a outros dois já divulgados nesta temporada de 2024 com os temas “Turismo Agroecológico” e “Esgotamento Sanitário”. Outras duas edições abordando “Restauração Florestal e Carbono”, e “Educação Ambiental” serão divulgadas nos próximos dias.

Todos os episódios tratam sobre os valores da água em diferentes espectros e como as ações conjuntas e individuais podem contribuir à preservação e segurança hídrica da RH II, sempre ouvindo membros do Colegiado e outros especialistas convidados.

Os episódios do Podcast “Quanto Vale a Água?” são disponibilizados nas plataformas de áudios Spotify e Deezer, canal do YouTube e em todas as outras mídias digitais do Comitê.

Confira o novo episódio: