Ampliação do Sanear, ações de educação ambiental, proteção das florestas e participação nas principais discussões pela segurança hídrica e nas questões climáticas marcaram o ano de 2024 do Comitê Guandu-RJ. Reforçando o seu lema “água limpa e abundante para todos”, o Colegiado executou cerca de R$ 30 milhões neste ano em obras, projetos e outros investimentos que objetivam o ganho ambiental.

Um dos destaques é o Sanear Guandu, apontado como o maior programa executado no país de obras de esgotamento sanitário em áreas rurais e periurbanas da Região Hidrográfica II. Em 2024, foi lançada uma nova fase para a instalação de mais soluções individuais, como biodigestores, nos municípios e também uma outra vertente do Sanear voltada ao fim dos lixões. Os novos investimentos foram anunciados em abril, quando o Comitê Guandu comemorou 22 anos em um Seminário de Saneamento, que reuniu dezenas de pessoas no Salão Nobre da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na capital fluminense.

Com os recursos aplicados neste ano, o programa já atingemais de R$ 42 milhões investidos pelo Colegiado em 12 municípios desde a criação no fim de 2021. Quase seis mil domicílios já foram atendidos gratuitamente com soluções individuais, como biodigestores, alcançando 24 mil pessoas e evitando o despejo de 3.3 milhões de litros esgoto in natura por dia em mananciais. Uma das novidades de 2024 foi o início das obras no município de Miguel Pereira pela localidade de Vera Cruz.

A meta do Comitê Guandu é atender 100% das áreas rurais e periurbanas da RH II até 2026, além de elaborar 30% dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) dos municípios da região até 2025. Após um edital neste ano, uma nova fase do “Sanear – Esgotamento Sanitário” está prevista para atender novas localidades que estejam fora de áreas previstas nos planos de concessão (privado) dos serviços de esgotamento sanitário.

Milhares de casas de 72 localidades de Japeri, Rio Claro, Queimados, Nova Iguaçu, Eng. Paulo de Frontin, Seropédica, Miguel Pereira, Vassouras, Mendes e Mangaratiba poderão receber os investimentos, que estarão condicionados à disponibilidade de recursos, de operacionalização e da deliberação do Comitê.

Importante para a proteção dos recursos hídricos, o fim dos lixões na RH II também está recebendo atenção do Comitê com o “Sanear – Resíduos Sólidos”, voltado a projetos de elaboração ou atualização de Planos Integrais de Encerramento dos lixões.Foram selecionados o Lixão de Japeri; Lixão do Coppê, em Paracambi; Aterro da Serra e Lixão da Serra, ambos em Miguel Pereira; Lixão da Lagoinha, em Eng. Paulo de Frontin; Lixão de Morsing, em Mendes e o Vazadouro Municipal de Mangaratiba.

Foco também na infraestrutura verde e na educação ambiental

Já na Agenda de Infraestrutura Verde, o Programa Produtores de Água e Floresta (PAF) seguiu contribuindo para o avanço da cobertura florestal e da proteção das áreas de mananciais. Conhecido internacionalmente, o programa – uma das primeiras iniciativas de pagamento por serviços ambientais do Brasil – já resultou em mais de 5.000 hectares de áreas restauradas e conservadas em Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin, Vassouras e Rio Claro, neste último município várias ações foram realizadas neste ano por meio do PAF (Re) Floresta, uma parceria que envolve tambéma Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap) e a Petrobras Socioambiental.

A aprovação do Plano Diretor Florestal da RH II, em maio deste ano, também é outra conquista.O documento foi elaborado de forma inédita a partir dos Planos Municipais de Mata Atlântica (PMMAs)financiados pelo Comitê para 12 prefeituras da região, e reunido, ainda, as informações de outros três municípios quejá tinham os seus PMMAselaborados.

Também foram concluídos neste ano os Programas Municipais de Educação Ambiental (ProMEAs). O Colegiado elaborou, custeou integralmente e entregou os documentos para 13 prefeituras da RH II. Os municípios de Vassouras e Rio de Janeiro, também integrantes região, já possuíam os seus programas, e vão compor o Plano de Educação Ambiental (PEA) do Guandu.

Iniciativas como o Podcast “Quanto Vale a Água?”, a campanha de prevenção “Fiscal das Queimadas”, que este ano ganhou um workshopcom foco na crise climática e incêndios florestais, e o lançamento de um novo edital do concurso cultural e ambiental “Cine Guandu” também estiveram de volta em 2024 conscientizando e fomentando o debate sobre a preservação e recuperação do meio ambiente na bacia.

Nessa mesma linha, as atividades do projeto “Amigos do Guandu”, realizado nas escolas de educação infantil da RH II foi mais uma vez sucesso. A importância das florestas e do cuidado com a água para a preservação do planeta foram lições aprendidas pelos alunos da Escola Municipal Professora Maria Guilhermina de Souza Freire, em Itaguaí, e da Escola Municipal Comandante Azeredo Coutinho, em Paracambi.

Presença em discussões pelo planeta, mais investimentos e agradecimento

Foram vários os eventos ao longo do ano que membros do Colegiado marcaram presença e muitas vezes dando sua contribuição como oradores. “É sempre uma experiência muito bacana estar partilhando, junto com os outros comitês, prefeituras e demais representações, vários projetos. É muito importante essa interação, essa aproximação para trocarmos figurinha sobre o que está dando certo. Para que cada ladopossa estar levando a estratégia, o que cada um está fazendo e pegar como exemplo o que está dando certo”, destacou o diretor geral do Comitê Guandu e engenheiro florestal da Cedae, Elton Luis da Silva Abel.

Para fechar um ano de muito trabalho, o Colegiado aprovou na última plenária de 2024 a Programação Anual de Atividades e Desembolso para o próximo ano. O Documento prevê a implementação ou continuidade de mais de 60 ações que totalizam um investimento de cerca de R$ 226 milhões. O objetivo é avançar na universalização do saneamento, cobertura florestal e educação ambiental.

“Eu gostaria de agradecer a participação de todos os membros do Comitê em todo o trabalho bacana que realizamos, como o Sanear, por exemplo que estamos ampliando, e todos os projetos que o Colegiado conseguiu pôr em prática esse ano. Se Deus quiser para o ano que vem a gente vai ter bastante coisa legal também acontecendo. Então, é reforçar essecompromissode atuação conjunta nesses projetos e programasde tanta importância ao território paraque a gente consiga avançar bastante em 2025”, finalizou o diretor geral do Comitê Guandu.