O primeiro episódio da nova temporada do Podcast “Quanto Vale a Água?”, elaborado pelo Comitê Guandu-RJ, já está no ar abordando o tema “Turismo Agroecológico” (veja abaixo). Outras quatro edições serão divulgadas com assuntos debatidos entre membros do Colegiado e outros especialistas convidados. Todos os episódios tratam sobre os valores da água em diferentes espectros e como as ações conjuntas e individuais podem contribuir à preservação e segurança hídrica da Região Hidrográfica ll.
A diretora de Restauração Ambiental do Comitê Guandu, Cristiane Siqueira, recebeu para o bate-papo sobre Turismo Agroecológico a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Carmelinda da Silva; o pesquisador da Embrapa, Mauro Sérgio Vianello; e Verônica Lago Battezini, formada em Turismo e Hotelaria, compondo atualmente o Projeto PAF (Re) Floresta, Água e Carbono, em Rio Claro. Eles conversaram sobre potencialidades, planejamento e desafios para o setor.
Para o pesquisador Mauro Sérgio Vianello, a Região Hidrográfica II tem grande potencial para o turismo agroecológico. “Nossa região pode se transformar num espaço de referência para outros territórios. A gente tem muito potencial com os recursos hídricos, com a biodiversidade presente, mesmo considerando o adensamento populacional em alguns territórios, pensar como que a gente promove a transformação social e ambiental, e socioeconômica e produtiva desse território, de modo que resolvamos os grandes desafios existentes na bacia, trazendo qualidade de vida de uma forma ampla. Isso é possível, é viável”, destacou.
Doutor em Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável, ele citou alguns exemplos como a Fazendinha Agroecológica, além de sítios e algumas comunidades praticando agricultura orgânica e agroecologia, como quilombolas, agricultores de famílias tradicionais e unidades de conservação. “O território tem todo um potencial capaz de estruturar um forte plano estratégico do desenvolvimento do turismo agroecológico”, reforçou.
A Organização Mundial do Turismo estabelece que o turismo, antes de ser bom para o visitante, para o turista, ele tem que ser bom para a comunidade. Foi o que enfatizou a professora Carmelinda da Silva, que tem experiência na área de Turismo, atuando principalmente nos seguintes temas: turismo, hotelaria, planejamento e ecoturismo.
“Extremamente importante é o envolvimento da comunidade nessa questão. Porque todo mundo imagina, quando você fala do turismo, só iniciativa privada. Não, nós temos três atores. A população, a comunidade, a iniciativa pública e a iniciativa privada. Então, cada um, dentro do seu papel, pode contribuir para o desenvolvimento do turismo nessa região. Eu acredito muito no turismo rural e muito no desenvolvimento da comunidade. Então, nós temos que oferecer qualidade de vida, oferecer essa estrutura para todos os municípios envolvidos no processo para o desenvolvimento do turismo”, comentou a professora.
Mediadora do episódio, a diretora Cristiane Siqueira destacou a importância da educação ambiental para a prática do turismo sustentável. “Qualquer atividade realizada em uma visita, por exemplo, em uma fazenda, tem geração de resíduos, tem toda essa questão de conscientizar aquele público turista que vai lá. Então, é um tema multidisciplinar que envolve muito a questão da educação ambiental”, pontuou.
Especialista em Biologia da Conservação, Verônica Battezini acrescentou que além de educação ambiental, tem um termo que se chama interpretação ambiental. “É justamente aí que entra o papel do condutor para ajudar o turista, o visitante, a interpretar aquele ambiente. E não só com relação à produção de alimento, que é o foco aqui, mas também os animais, que fazem toda a diferença também. O visitante gosta de saber que bicho que está frequentando aquele lugar, que bicho migratório que passa ali ou não, que não passa, bichos pequenos, bichos grandes”, exemplificou.
O Manual Operativo do Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Comitê Guandu prevê o Incentivo ao Turismo Agroecológico como forma de conservação e proteção. O Colegiado já tem suas primeiras experiências através do PAF, ainda mais com o (Re) Floresta realizado através de parceria entre AGEVAP, Petrobras Socioambiental e Comitê Guandu no município de Rio Claro.
“O projeto tem essa vertente socioambiental que a gente está trabalhando com educação ambiental. O que a gente já fez com relação a essa temática de Turismo Agroecológico foi uma capacitação que, inicialmente, era para a comunidade quilombola, mas que atendeu também aos proprietários rurais que se mostraram interessados”, declarou a integrante do (Re) Floresta, anunciando a ampliação da agenda do Programa de Turismo Agroecológico do PAF.
O Comitê Guandu-RJ também já prevê a montagem do Programa de Turismo Agroecológico de toda a RH II, cuja contratação de instituição para a construção da proposta também já tem recurso empenhado na Programação Anual de Atividades e Desembolso (PAAD) do Colegiado de 2024.
“Tenho certeza que quem acompanhar o Podcast ‘Quanto Vale a Água?’ vai gostar muito, até por conta da agenda que nós, do Comitê, temos de Turismo Agroecológico. Eu espero retornar a outras temporadas deste podcast com os resultados já implementados com as ações do Comitê neste tema tão importante”, comentou a diretora Cristiane Siqueira, agradecendo a participação dos entrevistados.
Outros assuntos a serem abordados são “Esgotamento Sanitário”, “Mudança Climática”, “Restauração Florestal e Carbono”, e “Educação Ambiental”. Todos os episódios do Podcast “Quanto Vale a Água?” estarão disponíveis nas plataformas de áudios Spotify e Deezer, canal do YouTube e em todas as outras mídias digitais do Comitê.
Veja o primeiro episódio no link: