Como você gostaria que estivesse o planeta daqui a 10 anos? A pergunta feita aos alunos das escolas municipais Comandante Azeredo Coutinho, em Paracambi, e Professora Maria Guilhermina de Souza Freire, em Itaguaí, agora estão em respostas enterradas em “cápsulas do tempo”, que só serão abertas em 2034. As duas unidades de ensino participaram, respectivamente na quarta-feira (4) e nesta quinta (5) de mais ações do “Amigos do Guandu”, projeto de educação ambiental do Comitê Guandu-RJ realizado com parceiros na Região Hidrográfica II (RH II).

“Eu quero que a terra seja cheia de vida e o ambiente seja limpo e com muitos animais e pessoas felizes”. “A minha expectativa é um mundo melhor não só daqui a 10 anos, mas agora também”. Essas foram as mensagens que os alunos da escola de Itaguaí, Maria Luiza Ribeiro, de 8 anos, e Felipe Anderson Teixeira da Silva, de 9 anos, escreveram em suas cartas e que traduzem um desejo coletivo semeado desde a criação do “Amigos do Guandu”, em 2022, em diferente escolas da Bacia do Rio Guandu.

As mensagens ao futuro também fazem parte agora do solo da Escola Comandante Azeredo Coutinho, que fica na área rural de Paracambi e ganhou, ainda nessa quarta, mudas nativas plantadas pelos alunos. A proposta é que os estudantes voltem no colégio para ver as árvores que eles plantaram e abram a cápsula, relembrando como era o pensamento deles há dez anos.

Antes de plantar as mudas, os alunos participaram de uma oficina de sementes realizada PET Floresta, que é um Programa de Educação Tutorial, envolvendo alunos do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A ação aconteceu em parceria com o “Replantando Vida” da da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).

“Utilizando uma abordagem lúdica e interativa, apresentamos aos alunos diferentes tipos de sementes, variando em tamanho, forma e cor. Através da manipulação e observação das sementes, as crianças puderam identificar suas características e compreender a importância da dispersão para a reprodução das plantas. Para tornar a experiência ainda mais enriquecedora, deixamos que eles jogassem sementes para o alto para ver sua forma de dispersão na natureza, que permitiu aos alunos explorar as sementes de forma mais aprofundada”, destacou Eduarda Januário, que integra a equipe do PET Floresta.

Ainda segundo ela, o plantio de uma muda de Ipê-amarelo, que irá proporcionar às crianças a oportunidade de vivenciar o processo de crescimento das plantas. “A oficina foi um sucesso, despertando o interesse e a curiosidade dos alunos. As crianças demonstraram grande entusiasmo ao manipular as sementes, fazer perguntas e compartilhar suas descobertas. A atividade contribuiu para a formação de futuros cidadãos mais conscientes e comprometidos com a preservação do meio ambiente”, disse Eduarda.

Os alunos também tiveram contato com um pouco da cultura indígena com a presença de Irapuã Tupinambá, da Aldeia Maracanã e da tribo Pataxó, em Paraty, que é integrante do “Replantando Vida” e funcionário da Cedae. 

As alunas Ana Júlia da Costa, de 9 anos, e Hellena Martins, de 8 anos, falaram sobre o que aprenderam com o “Amigos do Guandu”. “Eu gostei muito do projeto e eu quero cuidar da natureza, porque ela é muito importante. Não corte as árvores”, falou Ana, sendo completada por Helena. “Eu amei o projeto, foi muito legal e eu vou cuidar muito do meio ambiente”.

Cartilha educativa

Após uma série de atividades desenvolvidas pelo Comitê Guandu e parceiros, o projeto foi encerrado nessa quarta-feira na escola de Paracambi. Na ocasião, aconteceu também a entrega para os alunos e professores da cartilha educativa preparada pelo Comitê, que tem como personagem o mascote “Dudu“. Ele é uma criatura mágica, o espírito do rio Guandu, que recebeu a missão da Mãe Terra de trazer consciência a todas as pessoas sobre os problemas ecológicos.

Os estudantes já haviam conhecido o “Dudu”, por meio do vídeo, em outras etapas. Agora, na cartilha, o mascote apresenta mais informações a respeito do projeto e do Comitê e a importância de cuidar da água. Além disso, os alunos também têm acesso a jogos educativos, desenhos para colorir e uma história em quadrinhos. Um material lúdico e educativo que poderá ser usado por professores.

Todas as etapas do “Amigos do Guandu” contam com o apoio da Cedae, Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), além das prefeituras de Itaguaí e Paracambi.

O encerramento do projeto na Escola Municipal Professora Maria Guilhermina de Souza Freire, em Itaguaí, está previsto para os próximos dias, em data ainda ser definida pela direção da unidade.