O último episódio da segunda temporada do Podcast “Quanto Vale a Água?” está no ar e o Comitê Guandu-RJ convidou especialistas para tratar o tema “Educação Ambiental”. Outros quatro episódios debateram os valores da água em diferentes espectros e mostraram como ações conjuntas e individuais podem contribuir à preservação e segurança hídrica da Região Hidrográfica II (RH II), sempre ouvindo membros do Colegiado e outros convidados.

Neste último episódio, o biólogo Mauro Pereira, que é vice-coordenador da Câmara Técnica de Estudos Gerais (CTEG) do Comitê Guandu, diretor executivo da Defensores do Planeta e ponto focal da América Latina na Agenda 2030 da ONU, recebeu dois convidados para o bate-papo sobre Educação Ambiental. A professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental (Faeterj), Franziska Huber, e o assessor técnico ambiental na Secretaria de Ambiente e Defesa dos Animais de Queimados, Antoni Felipe Oliveira, trouxeram suas visões sobre o tema.

Ações do Comitê Guandu, como os Programas Municipais de Educação Ambiental (ProMEAs) foram destacadas no episódio. O Colegiado elaborou e custeou integralmente os documentos para 13 prefeituras da RHI. Os municípios de Vassouras e Rio de Janeiro, também integrantes região, já possuíam os seus programas, e vão compor o Plano de Educação Ambiental (PEA) do Guandu.

Os participantes destacaram, ainda, a importância da educação ambiental para os bons resultados em outros projetos e programas do Comitê Guandu, como o Sanear, Produtores de Água e Florestas e na aplicação do Plano Diretor Florestal, também elaborado de forma inédita para 12 prefeituras da região, pois outras três tinham os seus documentos elaborados.

Mediador do episódio, o biólogo Mauro Pereira tem participado de vários encontros, inclusive mundiais, que colocam a educação ambiental como ferramentas indispensáveis para o enfrentamento das degradações ambientais, mudanças climáticas e outros desafios em relação ao meio ambiente e à sociedade.

“A gente está em um planeta cada vez mais degradado. Eu participei da última COP 28 de mudança climática e o recado foi claro. A gente precisa enfrentar os desafios globais trazendo essa realidade para o nosso território. E o Comitê Guandu deu um salto enorme ao construir os nossos ProMEAS. Eu falo que esses encontros internacionais são importantes e dão a tônica para a política pública global, mas é nas cidades, é nesses programas, na educação ambiental de base, raiz, como eu gosto de falar, é que ela vai se dar”, destacou Mauro.

A professora Franziska Huber também defendeu que a educação ambiental esteja integrada na vivência das pessoas. “Não é só a teoria, a teoria todo mundo sabe. Mas como isso se aplica realmente na vivência e, principalmente, considerando vivências muito distintas. A gente tem uma diferença social extremamente gritante no próprio estado do Rio de Janeiro e na nossa bacia hidrográfica do Guandu. Então, a educação ambiental tem que estar vinculada a essa realidade. A teoria nós sabemos. Mas como transformar essa teoria em ações? Esse eu acho que é um grande desafio. Um dos pontos chave não é só focar na educação infantil. Tem que visar às crianças e aos adultos. Tem que ser um conjunto, porque muitas vezes se coloca a responsabilidade de salvar o futuro nas crianças e elas aprendem com a gente. Tem que ser algo transversal e que esteja presente no dia a dia de várias formas, em de todas as faixas etárias e classes sociais”, ressaltou Franziska Huber.

Representante de Queimados e diretor executivo do Comitê Guandu, Antoni Felipe pontuou as ações desenvolvidas no município, inclusive em parceria com o Colegiado, mas também cobrou uma participação mais efetiva do setor empresarial com a educação ambiental.

“Eu acho importante também trazer as empresas. Queimados tem um distrito industrial muito grande. A gente pode levar a educação ambiental para dentro dessas empresas, formar um grupo de trabalho, um grupo de acompanhamento. Elas também abrirem as portas para o Jovem Aprendiz, para ser feito um trabalho de educação com esses jovens dentro dessas empresas, principalmente aquelas que tem alguma vertente para a parte ambiental ou que tem algum tipo de impacto no ambiente. É importante trazer os empresários também pra essa pauta. A educação ambiental tem que chegar na ponta, as pessoas têm que se apropriar dela, têm que tomar conhecimento”, afirmou Antoni.

Mauro Pereira disse que essa sugestão pode ser levada, por exemplo, à discussão no Grupo de Trabalho de Educação Ambiental (GTEA) do Comitê Guandu, outra ferramenta importante no norteamento das ações do Colegiado na RH II.

Além de conferir todos os detalhes do episódio sobre “Educação Ambiental”, você também pode assistir a outros quatro já divulgados nesta temporada de 2024 com os temas “Turismo Agroecológico”, “Esgotamento Sanitário”, “Mudanças Climáticas” e “Restauração Ambiental e Carbono”.

Os episódios do Podcast “Quanto Vale a Água?” são disponibilizados nas plataformas de áudios Spotify e Deezer, canal do YouTube e em todas as outras mídias digitais do Comitê.

Confira o último episódio: