Com a chegada dos festejos dos meses de junho e julho, chega também um dos períodos mais críticos para a ocorrência de incêndios em vegetações, muitas vezes provocados pela soltura criminosa de balões. Este é, inclusive, um dos alertas feitos pela Campanha Fiscal de Queimadas, lançada no fim de maio pelo Comitê Guandu e que a cada dia ganha mais apoio de organizações parceiras.

Dados do Corpo de Bombeiros, passados pela assessoria de imprensa da Corporação ao Comitê Guandu, mostram que só de janeiro a maio deste ano, a Corporação já atendeu 3.666 ocorrências relacionadas a fogo em vegetação no estado do Rio de Janeiro. Em todo ano de 2021, foram 13.679 atendimentos pelo mesmo motivo, sendo mais da metade deles realizados justamente no segundo semestre, quando além dos festejos juninos e julinos, o clima contribui bastante por ser um período mais seco. Os números não foram muito diferentes em 2020. Em 12 meses aconteceram 13.674 ocorrências.

“A situação se agrava durante o período de estiagem, de maio a outubro, quando as condições atmosféricas, como a baixa umidade relativa do ar e a temperatura característica do período, favorecem os incêndios florestais por conta da vegetação mais seca”, informou a assessoria da Corporação.

Apesar de não ter dados específicos de incêndios relacionados diretamente a soltura de balões, o Corpo de Bombeiros também aproveita esta época para intensificar os alertas sobre esta prática criminosa. 

“Quem vê balões voando pelo céu nem sempre conhece os riscos que carregam e as tragédias que podem causar. Por serem feitos da combinação de estopa com materiais inflamáveis (parafina e querosene ou álcool) aquecidos em seu interior – independente do tamanho -, os balões entram em correntes de ar e são levados para locais imprevisíveis, impossíveis de monitorar. Dependendo de onde caiam causam danos irreparáveis, ferindo pessoas, atingindo redes elétricas, causando explosões e incendiando matas”, alertou o Corpo de Bombeiros, por meio de sua assessoria.

O artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) diz que fabricar, vender, transportar ou soltar balões pode levar a pessoa à detenção de um a três anos, ou multa, ou ambas, cumulativamente. Além da pena, vale ressaltar que os crimes ambientais são inafiançáveis.

Para denunciar, ligue para o 193 ou no Linha Verde, um programa do Disque Denúncia: os telefones são 0300 253 1177 (para o interior, a custo de ligação local), 2253 1177 (para a capital), ou por meio do aplicativo para celulares “Disque Denúncia RJ”.

Ações de prevenção e combate a incêndios são intensificadas 

Lançada no Dia Nacional da Mata Atlântica, em 27 de maio, a Campanha Fiscal de Queimadas faz parte das ações previstas no Plano Associativo de Combate, Prevenção e Mitigação de incêndios florestais, do Comitê Guandu.

A campanha já conta com apoio da CCR RioSP, concessionária que administra a Rio-São Paulo, rodovia que corta alguns municípios da região da bacia hidrográfica, e da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE). Prefeituras que integram o Colegiado também demonstram interesse em agregar nas ações de prevenção às queimadas.

Estão sendo veiculados em rádios, sites e mídias socais alertas de prevenção. A CCR RioSP prevê ainda divulgação de comunicados nos Painéis de Mensagens Variáveis da rodovia com foco nos motoristas. Mensagens como: “Motorista, não jogue guimba de cigarro na estrada”; “Não coloque fogo em lixo às margens da rodovia”; e “Não solte balões. Uma brincadeira pode causar um grande incêndio”, serão expostas em trechos da Rio-São Paulo.

Além dos alertas para conscientizar a população sobre os incêndios causados por atitudes irresponsáveis do homem, o Comitê tem fortalecido os municípios doando Equipamentos de Proteção Individuas (EPIs) e outros materiais de combate a incêndios florestais a suas brigadas.

Com um investimento de quase 700 mil reais, desde 2019, foram adquiridos e entregues pelo Colegiado cerca de 3 mil EPIs, entre eles, botas de proteção, balaclavas, máscaras antifumaça, capacetes e enxadas.