O Comitê Guandu-RJ segue com a série de depoimentos sobre a implantação dos Planos Municipais de Mata Atlântica (PMMAs), que estão sendo construídos de forma inédita em 12 municípios da Região Hidrográfica II (RH II). Um deles é Mendes, cuja a declaração da assessora especial da Divisão de Biodiversidades, Áreas Protegidas e Ecossistemas, Ana Paula da Silva, dimensiona muito bem o trabalho realizado por meio do “Integra Guandu” no município. Operacionalizado pela Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP), executado pelo consórcio STCP/Mater Natura e desenvolvido de forma participativa com a Prefeitura, o projeto trabalha o protagonismo do município na preservação do bioma e segurança hídrica, foco de uma das agendas do Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Comitê Guandu.

 Como era tratada a conservação da Mata Atlântica antes da elaboração do PMMA?

Manter a floresta em pé, conservada é uma grande missão para o município, tendo em vista o quadro de funcionários reduzido da secretaria de meio ambiente e a cultura dos munícipes, neste sentido uma das formas que o Município vem desenvolvendo para manter  conservada/protegida a Mata Atlântica é através do Produtor de Água e Floresta – PAF, onde  proprietários rurais são incentivados à manter os fragmentos florestais contidos em suas propriedades  protegidos. E vem reunindo esforços para robustecer a fiscalização visando minimizar o corte de árvores irregular, as queimadas, ou quaisquer outras formas de agressão ao meio ambiente.

 Qual a participação e importância do Comitê Guandu na elaboração do PMMA para o município?

O Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Prefeitura de Mendes e o Comitê Guandu veio ‘startar’ uma nova forma de enxergar a conservação da Mata Atlântica no município, proporcionando uma mudança de pensamento dos Gestores e Componentes da Secretaria de Meio Ambiente, e acreditamos que futuramente após a conclusão e aplicabilidade do PMMA, o engajamento de toda a população.

O processo de construção do PMMA de Mendes já gerou algum ganho para o município?

Diretamente para o município ainda não, mas no que tange ao corpo técnico da secretaria, este vem sendo lapidado e aprimorado a cada reunião e oficinas, além de ter aberto a nossa mente para novos desafios, visando alcançar grandes benefícios ambientais não só para o município, mas para toda a região.

Quais oportunidades atuais e futuras o PMMA de Mendes pode trazer aos Mendenses?

O PMMA proporcionará uma melhor gestão de todo o território do município, além de ganhos no aspecto turístico, econômico e ambientais, acarretando em uma melhor qualidade de vida para os Mendenses.

 De que maneira os municípios vizinhos podem auxiliar na construção do PMMA de Mendes?

Acredito que os municípios serão grandes protagonistas no PMMA e de forma a não limitar as suas fronteiras, estes poderão se unir de modo que a preservação da Mata Atlântica se torne uma missão intermunicipal e não só especifico de cada um, e
isso acarretará em grandes trocas de experiências e principalmente resultará em ações que irão reverberar de forma positiva para toda a região,  e além disso irá minimizar as nossas fraquezas e gerar novas oportunidades de desenvolvimento em conjunto, promovendo a elaboração de programas/projetos relacionados com a biodiversidade no âmbito regional, como por exemplo a criação de corredores ecológicos.

 Quais benefícios o PMMA pode trazer ao município além da conservação da Mata Atlântica?

Além de promover a normatização dos elementos necessários para a proteção e conservação da Mata Atlântica, proporcionando assim grandes benefícios ambientais, o PMMA também vai contribuir para o aumento da arrecadação no ICMS Ecológico.

 Como você vê a Mata Atlântica em Mendes em 10 anos?

Com o empenho do poder público e da coletividade, juntos em prol da melhoria do meio ambiente, colocando em prática todo o plano de ação proposto no PMMA, as expectativas são as melhores possíveis, acredito que áreas que hoje estão degradadas estarão se não regeneradas, em estado de regeneração; criação de novas unidades de conservação, aumentando assim consideravelmente nossa área verde, e consequentemente gerando ganhos na qualidade e quantidade do nosso manancial; dentre outros benefícios, e assim fazer jus ao 4º melhor clima do mundo.