Como estará a Escola Municipal Santo Expedito, em Queimados, daqui a dez anos? E seus alunos? Se depender das sementes que o “Amigos do Guandu” plantou não só na terra, mas também na consciência da criançada, todos estarão colhendo os “frutos” do projeto de educação ambiental realizado pelo Comitê Guandu-RJ, junto com parceiros. Nesta quinta-feira (7), aconteceu na unidade uma oficina de sementes e o plantio de mudas de espécie nativas, proporcionados por meio da ação “Replantando Vida”, da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).

Ainda dentro das ações desta quinta, as crianças puderam enterrar em uma “cápsula do tempo”, na área da escola, com cartas e desenhos feitos por elas, que só serão resgatados em 2033.  A proposta é que no futuro eles voltem no colégio para ver as árvores que eles plantaram e abram a cápsula, relembrando como era o pensamento deles há dez anos. A empolgação tomou conta da galerinha, que logo começou a fazer as contas. “Eu vou ter 16 anos”, disse uma. “Vou estar com 18”, comentou outro.

O “Replantando Vida” era a última etapa a ser realizada na Escola de Queimados, que vinha desde de setembro deste ano recebendo uma série de atividades voltadas ao cuidado com a água, preservação dos rios e do meio ambiente em geral. Nesta quinta, os alunos tiveram contato com sementes e mudas de árvores nativas.

“A etapa de hoje foi explicar basicamente como é feito o plantio das mudas arbóreas, das árvores, mostrando um pouco como e quais são as espécies que a Cedae produz nos seus viveiros.  A gente trouxe o Ipê rosa de bola para que eles. Cada turma recebeu uma muda e aí a gente conseguiu fazer o plantio dela, explicar recipientes alternativos para esse plantio, além de firmar essa parceria entre o ‘Amigos do Guandu’ e o ‘Replantando Vida’, na qual a gente consegue agregar a questão da conscientização ambiental e preservação das nossas florestas, e, principalmente, da nossa Mata Atlântica”, destacou a representante do “Replantando Vida”, da Cedae, Thainá Almeida Chagas.

Ela estava acompanhada do indígena Irapuã Tupinambá, da Aldeia Maracanã e da tribo Pataxó, em Paraty, que também funcionário da Cedae. Integrante do ‘Replantando’, que existe há 21 anos, Irapuã falou para os alunos um pouco sobre a cultura indígena e relação de exemplo do seu povo com a natureza. Ele também entoou cânticos indígenas junto com as crianças.

A pequena Myrella da Costa Bispo, aluna do 1º ano, falou sobre o que mais gostou da etapa desta quinta. “Das plantas, porque elas têm que ser bem cuidadas. Lá em casa tem uma horta, tem várias plantinhas. Elas são muito legais, nos ajudam a ter a respiração e a viver”, comentou.

Ela não foi a única que destacou sobre o cuidado com as plantas. João Miguel Araújo dos Anjos, também estudante do 1º ano, aprendeu como reutilizar garrafas para plantar sementes e promover a sustentabilidade. “Eu aprendi com esse projeto a cuidar das plantas, deixando elas crescerem, não arrancar. Eu aprendi como pode fazer com a garrafa para plantar as sementinhas”, ressaltou.

Além da Prefeituras de Queimados e da Cedae, o projeto este ano conta mais uma vez com a parceria da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).