O “Amigos do Guandu” chegou, nesta quarta-feira (16), à Escola Municipal Comandante Azeredo Coutinho, que fica no Saudoso, em Paracambi. Com o projeto de educação ambiental, o Comitê Guandu-RJ levará até dezembro uma série de atividades lúdicas de conscientização sobre a proteção dos rios e a preservação da natureza. No próximo dia 23, às 9h, será a vez de alunos da Escola Municipal Maria Guilhermina, no bairro Leandro, em Itaguaí, também receber o projeto.
As duas unidades educacionais da Região Hidrográfica II (RH II) se somam a outras quatro escolas de Seropédica, Nova Iguaçu, Japeri e Queimados que receberam o projeto em 2022 e 2023. Neste ano, ao todo são mais de 200 alunos do 3º ao 5º dos anos iniciais do Fundamental atendidos pelas ações do “Amigos do Guandu”.
No primeiro dia, cerca de 40 alunos da Comandante Azeredo Coutinho conheceram como funcionará o projeto e assistiram vídeos animados que explicam o que é o meio ambiente, sobre os rios da região e também alertam para algumas espécies de animais da Bacia do Guandu que estão ameaçadas de extinção.
Para tornar o “Amigos do Guandu” ainda mais lúdico e atraente, os vídeos educativos contam com a participação do mascote do projeto, o “Dudu”, que é um mensageiro da natureza. Ele também ilustra outros materiais que serão usados e distribuídos durante o projeto.
O “Dudu” é definido como uma criatura mágica, o espírito do rio Guandu, que recebeu a missão da Mãe Terra de trazer consciência a todas as pessoas sobre os problemas ecológicos. Ele sabe que é um problema que só se resolve com o esforço coletivo. O mascote ensina as crianças que todos devem fazer a sua parte, aceitando suas responsabilidades em relação ao futuro da Terra.
Alunos do 3º ano, Yuri Daniel Gomes Agostinho e Pietra da Silva Oliveira, ambos de 9 anos, ficaram empolgados com o início do projeto. “Eu achei muito legal essa palestra sobre o Rio Guandu. Não pode ficar poluindo o Rio Guandu, porque isso faz mal para a natureza”, disse Yuri, sendo completado pela colega. “Gostei muito do projeto, foi muito legal, falou sobre o ambiente”, destacou Pietra.
Nesta terceira edição do projeto, o “Amigos do Guandu” trouxe uma nova abordagem com o alerta “Quantos vão precisar morrer?”. A proposta é conscientizar os estudantes sobre os impactos do descarte indevido e da poluição na RH II, refletidos na morte de animais nativos da região.
Nos vídeos, cada animal conversa com o “Dudu” mostrando o que está acontecendo no seu habitat e o que tem causado a morte de seus “parentes”. Um dos cenários ilustrados é Floresta Nacional Mário Xavier (Flona), em Seropédica, único lugar onde é possível encontrar a rã da espécie physalaemus soaresi. O anfíbio é um dos personagens dos vídeos do Comitê Guandu por encontra-se registrada no Livro Vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção.
Outro também na mesma situação é o “peixe das nuvens”, os rivulídeos. Eles vivem em poças bem rasas que surgem após o ciclo de chuva. Com a água acumulada por um longo período, surgem os pequenos peixes vindos da eclosão dos ovos deixados antes da seca.
Em mais um vídeo apresentado aos estudantes, quem também pede ajuda ao “Dudu” é o boto-cinza. A espécie vive nas baías da Ilha Grande e de Sepetiba e está ameaçada pela poluição, correndo risco de desaparecer na região em dez ano.
Com os vídeos e outras abordagens na campanha, o Comitê Guandu quer que estes estudantes se tornem multiplicadores do que aprendem, levando as informações para suas famílias e vizinhos.
“Neste primeiro dia de ações, apresentamos os vídeos e fizemos um quiz de perguntas e respostas com eles sobre o que levamos. Além dos educadores da escola, também contamos com a participação de representantes da Secretaria de Meio Ambiente de Paracambi”, afirmou a pedagoga Andrezza Maciel, que atua no projeto “Amigos do Guandu”.
Até dezembro, os alunos vão participar de apresentações teatrais e passeios, além de outras ações como o plantio de mudas e a confecção de cartas ao futuro, escritas por eles, que serão colocadas em uma cápsula do tempo e lidas só daqui a 10 anos.
As duas escolas escolhidas em Paracambi e Itaguaí estão dentro da área de atuação do Sanear Guandu, que é o programa de esgotamento sanitário realizado pelo Comitê Guandu em áreas ruas e periurbanas. Os alunos vão poder conhecer de perto como funciona um biodigestor, uma das soluções individuais instaladas pelo programa gratuitamente na casa de famílias como a deles.
As etapas do projeto contam com o apoio da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), além das prefeituras de Paracambi e Itaguaí.