Cerca de 100 pessoas participaram, nessa terça-feira (18), do “Workshop Queimadas”, organizado pelo Comitê Guandu-RJ, voltado ao combate e prevenção dos incêndios florestais. Por mais de três horas, representantes governamentais, da sociedade civil que atuam nesta agenda, e organizações públicas que trabalham contra as queimadas na Região Hidrográfica II (RH II) trocaram informações e articularam para entender as demandas e as propostas direcionadas à pauta.
O evento aconteceu no Auditório do Pavilhão de Aulas Teórica (PAT), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica. Antes do início das discussões, foi exibido um vídeo ilustrando parte dos danos ambientais e sociais provocados na RH II e em todo Brasil pelos incêndios florestais.
Em seguida, a secretaria-executiva do Comitê apresentou ações já realizadas pelo Colegiado nessa agenda, como a campanha Fiscal das Queimadas realizada com parceiros, e os investimentos para este ano na área. A ideia com o encontro foi justamente definir junto, aos participantes, como podem ser investidos os R$ 5 milhões disponíveis na Programação Anual de Atividades e Desembolso (PAAD) do Comitê de 2025, voltadas a iniciativas dentro do seu Plano Associativo de Combate, Prevenção e Mitigação de Incêndios Florestais.
O diretor-geral do Comitê Guandu e representante da Cedae, o engenheiro florestal Elton Luis Abel, foi o responsável em conduzir o workshop. “Importante juntar diversos atores da escala federal, estadual e municipal para discutir a prevenção e combate aos incêndios florestais na nossa bacia. O workshop foi muito produtivo para a gente poder fortalecer essas estruturas, criar mais sinergia, integração e ter um combate, conscientização e educação ambiental mais efetiva contra as queimadas na nossa região”, destacou o diretor-geral Elton Abel.
O evento contou com apresentações de representantes do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, da Operação Fumaça Zero, que é realizada pelo Inea; do ICMBio, incluindo gestores da Floresta Nacional Mario Xavier (Flona), em Seropédica; APA Guandu. Integrantes dos municípios da RH II, principalmente aqueles que possuem brigadas de combate a incêndios florestais, e de instituições que compõem o Comitê Guandu, puderam apresentar suas propostas.
O Corpo de Bombeiros foi representado pelo coronel Pedro Nunes, que é comandante do Comando de Bombeiros de Área (CBA) Sul, enquanto o major Israel de Andrade Lima representou o projeto Fumaça Zero. Ambos demostraram preocupação com o aumento alarmantemente nos incêndios em vegetação no início deste ano no estado do Rio de Janeiro. Em 2025, até os primeiros dias de março, segundo dados do Corpo de Bombeiros, foram registras 5.960 ocorrências de incêndio em vegetação contra 1.115 casos constatados no mesmo período de 2024, o que aponta um aumento em 400%.
“Em 2025, nós já temos indicativos que a severidade climática em relação às secas vai ser muito intensa. Isso provoca diretamente o impacto aos incêndios florestais. Neste ano, nós temos delimitado o escopo da Operação Fumaça Zero, que visa ter uma integração com todos os 92 municípios que compõem o estado do Rio de Janeiro. Vamos promover ações de educação ambiental na proteção ao nosso meio ambiente por meio das emissões de notificações preventivas de incêndio e abordagem com a população para entendermos a dinâmica do fogo nessas comunidades”, pontuou o major Israel Lima.
Os gestores da Flona Mário Xavier, Ricardo Nogueira, e da APA Guandu, Pedro Telles Ramos, também puderam apresentar os seus trabalhos e demandas para evitar danos a essas importantes reservas ambientais da RH II.
“É muito gratificante participar desses eventos, nos quais a gente pode divulgar as ações de combate e prevenção aos incêndios florestais dentro do ICMBio, as demandas existentes, o contingenciamento de insumos que a gente tem. Então é importante dialogar com a AGEVAP e com o Comitê Guandu para ver se a gente consegue ser contemplado com equipamentos para as futuras ações de combate aos incêndios. Somos uma floresta urbana então a gente tem que ter uma atenção muito redobrada, principalmente com a questão de queimadas”, ressaltou Ricardo Nogueira, representante da Flona.
A exemplo do que aconteceu em 2022, quando prefeituras da RH II receberam do Colegiado a doação de Equipamentos de Proteção Individuas (EPIs) e outros materiais contra incêndios florestais, uma das propostas sugeridas durante o “Workshop Queimadas” é seguir a mesma linha de investimentos. Outras demandas apresentadas, como a criação de Planos Municipais de Manejo Integrado de Fogo para os municípios da RH II, serão apresentadas pela secretaria-executiva para o andamento na próxima reunião da Câmara Técnica de Estudos Gerais (CTEG), em 10 de abril de 2025.












