Representantes do Comitê Guandu-RJ marcam presença na Cop 27, a Conferência Mundial do Clima, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Sharm el-Sheik, no Egito, que chega ao fim nesta sexta-feira (18). Ao lado de representantes mundiais, participaram e acompanharam painéis que debateram a importância da água e a segurança hídrica no combate às consequências das mudanças climáticas no planeta.
A diretora-geral do Comitê e engenheira ambiental especialista em recursos hídricos da Cedae, Mayná Coutinho; e a diretora-executiva do Colegiado Subsecretária estadual de Recursos Hídricos, Ana Asti, não só puderam ser expectadoras de discussões importantes, como também puderam dar suas contribuições ao participarem diretamente de mesas e fóruns dentro da Cop 27.
As diretoras estiveram em uma série de atividades, como a que ocorreu nesta quinta-feira (17), no Pavilhão da Água, que foi todo dedicado ao debate entorno do “wash” (água, saneamento e higiene). Outro membro do Comitê que esteve presente na Cop 27 foi o coordenador do Grupo de Trabalho de Educação Ambiental (GTEA), Mauro Pereira, biólogo e diretor-executivo da ONG Defensores do Planeta.
Na segunda-feira (14), Mayná participou, no Pavilhão da Unesco, de um painel sobre a água e as possíveis soluções contra as mudanças climáticas. Ela compôs a mesa e debateu com Callist Tindimugaya, ministro de Água e Ambiente de Uganda; Richard Taylor, da UCL (University College London), e Jodie Miller, da Agência Internacional de Energia Atômica.
No dia seguinte (15), ela esteve no plenário Osiris, no Pavilhão das Salas de Conferência, onde também pôde apresentar, ao lado representantes mundiais, os desafios e as ações e projetos realizados na região hidrográfica do Guandu, da Guarda e Guandu Mirim (região de atuação do Comitê Guandu) para a garantia de segurança hídrica.
As duas mesas trataram sobre questões afetas à segurança hídrica, dentro do contexto de mudanças climáticas, e ferramentas para reverter este cenário e combater as consequências de eventos extremos, que podem ter relação com as mudanças climáticas.
“A mensagem que fica é que nenhuma solução, aplicada isoladamente, vai ser a solução perfeita, quando se pensa em mudanças climáticas. É preciso uma composição de diversas ações estrategicamente complementares e sinérgicas, ainda mais em uma região hidrográfica tão estratégica como é a do Comitê Guandu”, destacou a diretora-geral Mayná Coutinho.
Já a diretora-executiva Ana Asti integrou, o fórum on-line da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual apresentou o plano para que o Rio de Janeiro seja reconhecido pela entidade como “Metrópole Azul”. Esse “selo de qualidade” visa impulsionar a geração de empregos em setores como turismo, pesca, portos, transporte aquaviário, energia renovável e saneamento.
A diretora-geral Mayná Coutinho participou ainda de reuniões com a OCDE; com a International Network of Basin Organizations (INBO), que é a Rede Internacional de Organizações da Bacia; e com a Stockholm International Water Institute (SIWI), uma fundação que busca fortalecer a governança da água doce globalmente. Todos os encontros objetivando cooperações estratégicas para os próximos anos.
Acompanhando Mayná na reunião com a INBO, a diretora-executiva Ana Asti ressaltou a importância do encontro. “Uma troca de experiências incrível que certamente renderá uma cooperação nos próximos anos”, ressaltou.
Para a diretora-geral, a presença do Comitê na Cop 27, eleva o grau de importância da atuação do Colegiado para uma discussão em nível mundial.
“O mundo inteiro se encontrou na COP27 e a participação do Comitê mostra que o Colegiado está atento e participativo nas discussões sobre água, clima, meio ambiente”, afirmou Mayná.
GTEA representado em encontros importantes
O coordenador do Grupo de Trabalho de Educação Ambiental (GTEA) do Comitê, Mauro Pereira, também teve encontros importantes. No dia 15, ele conversou com a deputada federal Marina Silva sobre a importância da educação ambiental voltar a estar no diálogo brasileiro.
“Infelizmente perdemos os departamentos de educação ambiental do MEC e do MMA. A deputada é cotada para ser a nova ministra de Meio Ambiente, então apresentei a ela ainda a importância da internalização, monitoramento e divulgação da agenda 2030 no Brasil. No GTEA já estamos alinhamento as ações e diálogos da educação ambiental com os ODS, inclusive temos um folder divulgando as ações”, comentou Mauro.
Já no dia 16, ele esteve participando de um diálogo sobre a importância da juventude e educação ambiental, e as mudanças climáticas, no pavilhão da França.
“Falei um pouco do projeto Mini Cop desenvolvido nas escolas públicas da Zona Oeste do Rio, com foco na educação ambiental, mudanças climáticas e a agenda 2030. Este projeto é realizado na bacia do Guandu. Tive ainda um encontro com a ministra de Meio Ambiente da França para formalizar a parceria para a construção de um seminário ´Brasil e França sobre a agenda 2030´, em julho no Rio de Janeiro, algo importante pois ajuda no intercâmbio das políticas públicas no Brasil, lembro que o comitê também está bem alinhado com a divulgação e internalização da agenda 2030 nos macros programas do Guandu”, completou o diretor-executivo da ONG Defensores do Planeta.
Ainda durante a Cop, no dia 17, Mauro esteve conversando com o Sr. Mahmoud Mohieldin, Champion para mudanças climáticas do Egito na Cop 27, sobre a criação de um GT (Grupo de Trabalho) de educação em mudanças climáticas
“Ele aprovou a ideia. Este GT será conduzido pelo Egito até a próxima Cop 28, inclusive ele convidou a ONG Defensores do Planeta para fazer parte. Este é um importante avanço para tratar da educação em mudanças climáticas, sobre o estresse hídrico, infraestrutura verde e segurança alimentar. Pautas que temos atuado e estamos já comentando no Comitê Guandu”, salientou.
O coordenador do GTEA esteve ainda cobrando os países desenvolvidos sobre recursos financeiros aprovados no acordo de Paris e realizamos advocacy no painel principal de negociações sobre a biodiversidade e oceanos.
“A Defensores do Planeta tem assento na ONU com direito a voz no plenário principal. Esta é uma pauta importante, pois está intrinsecamente ligada com a gestão hídrica e costeira, pois o Comitê Guandu abraça 15 municípios e alguns têm uma rica biodiversidade e uma costa maravilhosa”, finalizou.