Avanços marcaram o ano de 2023 do Comitê Guandu. Foi dialogando e em parceria com os diferentes atores responsáveis pela segurança hídrica que o Colegiado avançou em programas importantes como o “Sanear Guandu’, o “Produtores de Água e Floresta”, os Planos Municipais de Mata Atlântica (PMMAs) e o ProMEAs, além de campanhas e projetos de educação ambiental. Levando o seu lema “água limpa e abundante para todos”, o Colegiado executou cerca de R$ 30 milhões em obras, projetos e ações que objetivam o ganho ambiental, e ainda recebeu um prêmio pelo projeto “Observatório de Bacia”.

Entre as grades realizações, o Sanear Guandu merece destaque. O maior projeto de execução de obras de esgotamento sanitário em áreas não urbanas do país já levou esse direito básico universal a 3900 famílias, em 11 municípios da Região Hidrográfica II do estado do Rio de Janeiro, evitando que cerca de 2,3 milhões de litros de esgoto in natura sejam despejados, por dia, na bacia responsável pelo abastecimento de mais de 10 milhões de pessoas na região metropolitana.

Já na Agenda de Infraestrutura Verde, o Programa Produtores de Água e Floresta (PAF) seguiu contribuindo para o avanço da cobertura florestal e da proteção das áreas de mananciais. Conhecido internacionalmente, o programa – uma das primeiras iniciativas de pagamento por serviços ambientais do Brasil – já resultou em mais de 5.000 hectares de áreas restauradas e conservadas nos municípios de Rio Claro, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin e Vassouras. Além do meio ambiente, o PAF mudou a mentalidade, a realidade e fomentou o desenvolvimento local. Os produtores participantes receberam cerca de R$ 3 milhões ao longo dos 14 anos do programa, sendo de R$ 410 mil em 2023. 

Outro importante projeto finalizado desta agenda foi a entrega dos Planos Municipais de Mata Atlântica aos municípios da Bacia. Em cerimônia realizada no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, no dia 28 de setembro, 12 municípios receberam os documentos que trazem o diagnóstico e o caminho para a promoção da conservação dos remanescentes de vegetação nativa e da biodiversidade, e norteia o desenvolvimento sustentável das localidades. Agora, os 12 Planos, juntamente com os planejamentos dos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Vassouras – que já possuíam – serão consolidados em um plano diretor florestal da região hidrográfica, que vai nortear as ações em toda bacia.

Na Educação Ambiental o destaque foi o avanço dos Planos Municipais de Educação Ambiental. Realizado pelo Comitê em 13 municípios, o desenvolvimento alcançou a fase do prognóstico em 2023, marcado pelas oficinas devolutivas participativas, que envolveram o corpo técnico das prefeituras e toda sociedade. Os planos serão entregues no primeiro semestre de 2024 e também vão consolidar um plano de educação Ambiental da Região Hidrográfica, com ênfase em recursos hídricos. Ações e campanhas como o Podcast “Quanto Vale a Água?”, o concurso cultural e ambiental “Cine Guandu”, a campanha de prevenção “Fiscal das Queimadas” e as atividades do “Amigos do Guandu” – realizado em escolas de educação infantil – também levaram conscientização e fomentaram o debate sobre a preservação e recuperação do meio ambiente na bacia.

Fechando o ano com chave de ouro, o Colegiado aprovou o Acordo de Cooperação Técnica que vai permitir o início da implementação, em 2024, do projeto “Observatório da Bacia”. Trata-se da instalação e operação de 80 estações de monitoramento qualiquantitativo que vão gerar informações sistemáticas sobre a qualidade e quantidade de água, norteando a gestão e servindo a sociedade com alertas de contaminantes ao abastecimento, e de eventos extremos como cheias (enchentes) e secas. O investimento aprovado é de R$ 16 milhões para a implementação e de R$ 2,8 milhões anuais para a operação e manutenção. Os dados serão públicos e ficarão disponíveis em plataforma do INEA e no site do Comitê Guandu. A importância do projeto levou o colegiado a receber o Prêmio Prosegh (Programa Estadual de Segurança Hídrica do Estado).

“Foi o reconhecimento de um trabalho conjunto e de esforço de cada um dos membros do Comitê Guandu. O reconhecimento do nosso trabalho pela segurança hídrica enquanto Colegiado e também do esforço pessoal de cada um dos membros que constroem, a cada dia, a melhoria de quantidade e qualidade de água dentro da nossa região hidrográfica”, destacou a diretora geral do Comitê Guandu, Engenheira Ambiental e Coordenadora de Meio Ambiente ESG da Cedae, Mayná Coutinho.

O Colegiado aprovou na última plenária de 2024 a Programação Anual de Atividades e Desembolso para o próximo ano. O Documento prevê a implementação ou continuidade de 57 ações que totalizam um investimento de cerca de R$ 100 milhões. O objetivo é avançar na universalização do saneamento, cobertura florestal e educação ambiental.