O incentivo ao turismo responsável, alinhado à preservação ambiental, vem a cada dia ganhando mais força por meio Comitê Guandu-RJ com ações na Região Hidrográfica II. Uma delas aconteceu no município de Rio Claro-RJ, onde o (Re) Floresta Água e Carbono, um dos braços do Produtores de Água e Floresta (PAF), no distrito de Lídice, proporcionou um Treinamento em Ecoturismo e Turismo Agroecológico. A iniciativa reforça outras propostas do Comitê, que já prevê para este ano a montagem do Programa de Turismo Agroecológico que envolverá todos os 15 municípios que compõem a RH II.

Oferecido por meio de uma parceria do Observatório de Aves da Mantiqueira com o projeto PAF (Re) Floresta, o treinamento aconteceu nos dias 13 e 14 de abril e contou com a presença de moradores do Quilombo do Alto da Serra do Mar, representantes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Agricultura de Rio Claro e também proprietários rurais do município. O encontro foi na Escola Municipal Rio das Pedras, que fica em Lídice, sendo impotente também o suporte da Secretaria Municipal de Educação.

Foram dois dias de troca e conscientização sobre a importância de se pensar em um turismo que respeite a biodiversidade e cultura local. Foram abordados temas como noções básicas de turismo, planejamento e gestão do turismo, conservação ambiental, além da realização de uma atividade prática em que os participantes puderam construir um produto ecoturístico.

De acordo com a responsável pelas ações de educação ambiental do projeto (Re) Floresta, Luiza Figueira, que também faz parte do Observatório de Aves da Mantiqueira, a proposta da oficina de Ecoturismo veio a partir do relatório de diagnóstico de potencialidades socioambientais que a gente o programa elaborou, junto com à comunidade quilombola Alto da Serra do Mar.

“A gente identificou, junto da comunidade, esse potencial muito grande de desenvolver o ecoturismo na região, como uma atividade para o desenvolvimento socioambiental da região. A gente percebe o ecoturismo e o turismo agroecológico de uma forma alinhada, como uma atividade com muito potencial para a região, porque Rio Claro é um município com uma grande parte florestal, com áreas naturais, muita cachoeira, uma riqueza hidrológica muito grande, uma diversidade biológica imensa. O objetivo é proteger essas áreas e, ao mesmo tempo buscar uma forma de desenvolvimento econômico, atividades econômicas que valorizem, que usem da floresta de pé, da diversidade local, como uma forma de renda, como uma atividade econômica, profissional. Então, a gente vê a importância desse desenvolvimento de implementar, tanto pelo potencial, como de atividades que sejam pró-conservação, que auxiliem a conservação ambiental”, destacou Luíza.

O município de Rio Claro já é atendido pelo PAF há cerca de 16 anos e integra boa parte dos mais de 5.000 hectares de áreas florestais restauradas e conservadas de Mata Atlântica, trazendo, além de ganhos ambientais, benefícios financeiros proprietários rurais através do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Agora, com o (Re)Floresta, realizado pela AGEVAP e financiado pelo Comitê Guandu e Programa Petrobras Socioambiental, o projeto amplia a sua atuação, realizando, entre outras coisas, pesquisas importantes sobre o estoque de carbono nas áreas recuperadas pelo PAF.

Ampliação com o Programa de Turismo Agroecológico

A iniciativa do Programa de Turismo Agroecológico casa muito com a questão do Pagamento pelo Serviço Ambiental, principalmente com o programa Produtores de Água e Floresta, desenvolvido pelo Comitê Guandu, valorizando também a questão da cultura local, com a produção que aquela comunidade já faz ou fazia.

A montagem do programa envolverá todos os municípios que compõem a Região Hidrográfica II. Já está aprovada, dentro da Programação Anual de Atividades e Desembolso (PAAD) do Colegiado, a contratação de uma instituição especializada para a construção do programa, que trabalhará na conservação e proteção dos recursos hídricos, com a seleção, identificação e mobilização dos participantes. A proposta é investir cerca de R$ 1,5 milhão na ação.

Além de parte de Rio Claro, integram a RH II, atendida pelo Comitê Guandu-RJ, os municípios de Engenheiro Paulo de Frontin, Itaguaí, Japeri, Paracambi, Queimados e Seropédica em suas totalidades, e parcialmente os municípios de Barra do Piraí, Mangaratiba, Mendes, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Piraí, Rio de Janeiro e Vassouras.