A montagem do Programa de Turismo Agroecológico envolvendo municípios que compõem a Região Hidrográfica II é uma das metas do Comitê Guandu-RJ para este ano. Já está aprovada, dentro da Programação Anual de Atividades e Desembolso (PAAD) do Colegiado, a contratação de uma instituição especializada para a construção do programa, que trabalhará na conservação e proteção dos recursos hídricos, com a seleção, identificação e mobilização dos participantes. A proposta é investir cerca de R$ 1,5 milhão na ação.

A ideia é mobilizar e formar um Grupo de Trabalho para avançar na criação do programa, envolvendo também as prefeituras da região. Outras etapas previstas são o mapeamento da agroecologia no território, capacitação pré e durante a elaboração, Diagnóstico, Proposta de caminhos para ampliação e Inventário Turístico, finalizando com as criações de um roteiro e um site, onde constarão os atrativos selecionados, com fotos, mapas lúdicos e placas de identificação. Ainda dentro do material de divulgação serão produzidos vídeos e conteúdo para o site do programa e para as redes sociais do Comitê Guandu.

O Programa de Turismo Agroecológico está previsto dentro da Agenda Agropecuária do Comitê. Toda a preparação e o processo de execução do programa serão acompanhado pela Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP).

Para o projeto, compreende-se que esse turismo, com ênfase à agroecologia, é um turismo rural de base comunitária. “O turismo agroecológico pode ser entendido como uma modalidade do turismo rural, um turismo de base comunitária, que vai integrar as atividades turísticas com as práticas agroecológicas nessas áreas rurais, aliando também à proteção ambiental. Esse Programa na região do Guandu vai permitir que o Comitê identifique os atores que produzem de forma mais sustentável e alinhados à agroecologia, fomentando para que eles tenham autonomia de gerar renda com boas práticas”, destacou a Técnica em Recursos Hídricos da AGEVAP, Isabela Trece.

A agroecologia pode ser compreendida como uma ciência ou modo de vida, que garante uma produção economicamente viável, socialmente justa, culturalmente sensível, garantindo a biodiversidade por utilizar um sistema menos nocivo ao planeta, que alia a segurança alimentar e a cultura local, com a diversidade produtiva e formas de produção mais sustentáveis.

A iniciativa casa muito com a questão do Pagamento pelo Serviço Ambiental, principalmente com o programa Produtores de Água e Floresta, desenvolvido pelo Comitê Guandu, valorizando também a questão da cultura local, com a produção que aquela comunidade já faz ou fazia.

“Há vários produtores rurais que têm esse compromisso com a preservação e a conservação florestal, por meio de boas práticas nas suas produções agropecuárias.  Eles já têm um modo de produção melhor. Então, fortalecer para que eles tenham fontes alternativas de renda, é permitir que a floresta continue ali e que aquele produtor que tem essa consciência, essa sensibilidade, continue ali. E ele tenha outra forma de renda sem ter a necessidade de, por exemplo, gerar um desmatamento, botar fogo na pastagem ou outras práticas menos recomendadas… E falar de proteger florestas é falar de segurança hídrica porque a gente está falando de uma cobertura que cumpre a função de regular a água ao longo do ano, evitando desastres naturais, além de sequestrar carbono e garantir a biodiversidade local”, completou Trece.

Antes da criação de um programa de turismo agroecológico eficaz, o Comitê trabalhou na implantação dos Planos Municipais de Mata Atlântica, entregues às prefeituras em setembro do ano passado, que vão resultar, ainda no primeiro semestre de 2024, no Plano Diretor Florestal com ênfase em recursos hídricos. O documento irá balizar não só o programa de turismo, mas também  decisões do Comitê em infraestrutura verde.

Todas essas medidas serão sinérgicas às ações de educação ambiental, dentro dos ProMEAs que também estão sendo elaborados pelo Comitê.