O Comitê Guandu-RJ integrou mais um dia de programação do estande “Confluência das águas”, nesta segunda-feira (17), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), em Belém do Pará. O painel “Sanear Guandu – Esgotamento Sanitário para as áreas rurais e periurbanas” destacou um dos principais investimentos do Comitê Guandu, que impede diariamente o despejo de milhões de litros esgoto in natura em mananciais da Região Hidrográfica II.

Durante a apresentação, que aconteceu no fim da manhã, no espaço montado na Zona Verde (Green Zone), o diretor executivo do Comitê Guandu, Antoni Felipe Oliveira, e o gerente da AGEVAP e responsável pela secretaria-executiva que atende ao Colegiado, Antônio Mendes, mostraram ao público como funciona o Sanear, que desde o fim de 2021, quando implantada a primeira fase, vem se consolidando como o maior programa de obras de esgotamento sanitário em áreas rurais e periurbanas do país.

Para Antoni, a presença do Comitê Guandu com a apresentação do Sanear reforça a importância das bacias hidrográficas na construção de soluções concretas para enfrentar as mudanças climáticas, promovendo a segurança hídrica e mais qualidade de vida à população.

“Foi um verdadeiro orgulho compartilhar com o mundo esse programa incrível do nosso Comitê, o Sanear Guandu. É um exemplo inspirador de como ações concretas podem fazer a diferença na luta pela sustentabilidade e pelo meio ambiente, além de promover a inclusão social e a justiça climática. Com soluções inovadoras para o tratamento de esgoto sanitário, estamos não apenas protegendo nossos recursos hídricos, mas também melhorando a saúde e a dignidade de milhares de pessoas em nossa região hidrográfica”, destacou Antoni.

Com a segunda fase do Sanear, já em andamento, estão sendo aplicados mais R$ 56 milhões, principalmente na implantação de soluções individuais, como biodigestores. Serão atendidos dez municípios que concorreram ao edital com 75 localidades habilitadas. As obras já foram iniciadas há cerca de quatro meses atendendo aos municípios de Engenheiro Paulo de Frontin, Rio Claro, Miguel Pereira e Queimados. Ao todo já foram instaladas até setembro 385 soluções individuais.

A projeção do Colegiado é de que com novas contratações até o fim da segunda etapa do Sanear sejam atendidos um total de 11 mil domicílios, incluindo os municípios de Mendes, Seropédica e Mangaratiba. Antes deste novo ciclo, outros R$ 42 milhões já foram investidos pelo Comitê em 12 municípios, com cerca de seis mil domicílios já atendidos pelas obras de implementação das soluções individuais, alcançando 27 mil pessoas.

Além de biodigestores, foram implantados módulos de ciclo de bananeiras, redes coletoras em alguns municípios e uma ETE na localidade de Sanatório da Serra em Piraí. Estima-se que com todos estes investimentos já tenham sido evitados o despejo de 3,6 milhões de litros esgoto in natura por dia em 51 corpos hídricos da RH II.

A meta do Comitê Guandu é atender 100% das áreas rurais e periurbanas da RH II até 2026, além de elaborar parte dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) dos municípios da região até 2026.

Estande “Confluência das águas”

A programação no estande “Confluência das águas”, compartilhado com os CBHs Ceivap e Paranaíba, terá outros painéis do Comitê Guandu nesta terça-feira. Das 11h às 12h, o painel do Comitê Guandu destacará o tema “Planos Municipais de Mata Atlântica e Plano Diretor Florestal: Planejamento e estrutura municipal para o enfrentamento climático”.

Já das 14h às 15h, o tema abordado será o programa “Produtores de Água e Floresta: Restauração e conservação ambiental através de PSA”. A apresentação aconteceria nesta segunda, mas foi necessário passar para o dia seguinte por um ajuste na programação.

Na ocasião, serão apresentados os avanços do PAF, que passa por um novo ciclo envolvendo mais 125 propriedades habilitadas. Juntas, elas protegerão aproximadamente 200 nascentes, implementando práticas de conservação, restauração e conversão produtiva. Outras etapas do programa ao longo de 16 anos garantiram que já fossem conservados cerca de 5.000 hectares de mata, reflorestados quase 300 hectares e sequestradas 85 mil toneladas de carbono.

Além dos ganhos ambientais, a iniciativa proporcionou, em mais de 130 contratos assinados desde sua criação, o repasse R$ 3 milhões em Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) a proprietários rurais que adotaram práticas de conservação do solo e da água.