Os avanços do novo ciclo do Programa Produtores de Água e Floresta (PAF) estão sendo comemorados com a realização de Dias de Campo, com destaque a práticas de conversão produtiva, incentivadas pelo Comitê Guandu-RJ. Só na última semana de novembro, dois encontros foram realizados em Rio Claro e Engenheiro Paulo de Frontin, marcando o encerramento das atividades de 2025 e reforçando a importância do diálogo entre proprietários rurais, equipe técnica e parceiros da Região Hidrográfica II (RH II), entre eles representantes das prefeituras envolvidas.

O primeiro Dia de Campo do PAF aconteceu, na quarta-feira (28), no Sítio Soledade, em Rio Claro. O anfitrião foi o participante do programa Joaquim Calmon, que abriu as porteiras da sua propriedade na localidade de Lídice para receber um grupo de visitantes. Na sexta-feira (28), o evento aconteceu no Sítio Cachoeira das Pedras Lisas, em Engenheiro Paulo de Frontin, onde o produtor Sakae Kagohara também mostrou aos convidados alguns dos seus cultivos com base em princípios agroecológicos.

As duas propriedades estão entre as 127 habilitadas para este novo ciclo do PAF, que, juntas, protegerão aproximadamente 200 nascentes, implementando práticas de conservação, restauração e conversão produtiva, incentivadas pelo Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), em duas modalidades: o PSA Anual e o PSA Apoio Financeiro. Esse último, voltado diretamente ao incentivo para adoção de práticas produtivas sustentáveis como sistemas agroflorestais ou silvipastoris e práticas conservacionistas.

Das 127 habilitadas, 55 foram selecionadas para o PSA Apoio Financeiro e já começaram a receber parte do aporte, de acordo com o projeto executivo feito pela equipe do PAF para cada uma delas. Ao todo já foram repassados até o momento R$ 715.869,17 que poderão ser aplicados, por exemplo, em insumos para a conversão produtiva. Além dos valores, os produtores vão contar com a assistência técnica da equipe do PAF. Os beneficiados vão prestar conta dos valores recebidos. Todo o acompanhamento é realizado pela Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP).

Durante os Dias de Campo, cujo último encontro acontecerá no mês de dezembro em Miguel Pereira, reunindo produtores de diferentes municípios, está sendo apresentado todo o trabalho desenvolvido neste ano. Com a mobilização intensa, as inscrições foram acima das expectativas. Presente nos eventos, o diretor-geral do Comitê Guandu e engenheiro florestal da Cedae, Elton Abel, destacou a importância deste novo ciclo do PAF.

“São mais de 15 anos do PAF e o Comitê Guandu se orgulha muito de investir nos produtores que cuidam das florestas. E estes encontros fortalecem protagonismo dos proprietários para que eles tenham orgulho de serem produtores de água e floresta. Essa nova modalidade permite que eles tenham uma conversão produtiva, melhorando a qualidade de vida no campo e da restauração e conservação na nossa bacia. Isso mostra que o Comitê está no caminho certo, inclusive superando metas que foram colocadas neste novo ciclo do programa”, disse o diretor-geral do Comitê Guandu,  ao lado do biólogo e gestor do PAF, Gabriel dos Santos Aguiar.

Quem também ressaltou os ganhos que estão sendo obtidos pelo PAF foi o produtor Joaquim Calmon, atendido pelas duas modalidades do PAF. “Eu já vinha no dia a dia praticando a preservação. O PAF só vai reforçar mais ainda o nosso trabalho, trazendo recurso para a gente alavancar esse objetivo de dar essa contribuição na melhoria do nosso dia a dia e da comunidade em criar um ambiente bem saudável”, avaliou Joaquim, que mostrou com orgulho a sua propriedade, onde uma das práticas aplicadas é a floresta manejada com o plantio do café. “Vamos começar a agregar valor nessa floresta que tem que ficar de pé, tem que ficar conservada”, completou.

No Sítio Cachoeira das Pedras Lisas, em Engenheiro Paulo de Frontin, o clima não foi diferente. A propriedade Sakae Kagohara já havia sido referenciada como um exemplo pelo programa em outro ciclo, no PAF Sacra Família, inclusive recebendo a implantação de uma Unidade Demonstrativa dos Sistemas Agroflorestais (SAFs). O sítio é um exemplo da união, em uma mesma área, de espécies florestais e cultivos agrícolas manejados através de boas práticas que otimizam o uso da terra e controlam os fatores de degradação ambiental.