O Comitê Guandu-RJ realiza no próximo dia 27 um evento comemorativo pelo Dia Nacional da Mata Atlântica com o lançamento oficial da Campanha Fiscal de Queimadas. Representantes do Colegiado e outras autoridades municipais e estaduais estarão reunidos, a partir das 10h30, na Prefeitura Universitária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica.

No evento, ocorrerá ainda a doação de Equipamentos de Proteção Individuas (EPIs) e outros materiais de combate a incêndios florestais às brigadas municipais da bacia hidrográfica. Todo o material foi adquirido pelo Comitê.

Também será apresentado aos convidados o andamento da elaboração dos Planos Municipais para Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA) de 12 municípios, dentro do Projeto Integra Guandu, que resultará no Plano Diretor Florestal da Bacia. O evento pelo Dia da Mata Atlântica conta com o apoio da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade, entre outros parceiros.

Todas essas ações são desenvolvidas pela Agenda de Infraestrutura Verde do Comitê Guandu, que inclui ainda o Programa Produtores de Água e Floresta (PAF), que já resultou na conservação e recuperação de cinco mil hectares de Mata Atlântica, além do ganho social com o pagamento por serviços ambientais a comunidades locais.

Apesar do lançamento oficial da Campanha Fiscal de Queimadas só acontecer na próxima sexta-feira (27), o Comitê Guandu, ao lado de organizações parceiras, já colocou a campanha na “rua”. Uma das apoiadoras é a CCR RioSP, concessionária que administra a Rio-São Paulo, rodovia que corta alguns municípios da região da bacia hidrográfica. Além de já veicular em sua rádio um spot do Comitê sobre a prevenção às queimadas, a empresa, em uma segunda etapa, também divulgará alertas nos Painéis de Mensagens Variáveis da rodovia com foco nos motoristas.

A proposta é conscientizar a população sobre os incêndios florestais causados por atitudes irresponsáveis do homem, principalmente entre os meses de maio e setembro.

Segundo dados da Secretaria de Defesa Civil (Sedec-RJ), o período registra o maior número de acionamentos por incêndio florestal, já que o clima nessa época contribui bastante por ser um período mais seco. Além disso, ocorrem também as comemorações de festas juninas e julinas com a prática criminosa da soltura de balões.

Levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelaram que, no ano passado, o Brasil registrou, até agosto, o maior número de queimadas em áreas de Mata Atlântica dos últimos 15 anos. 

No estado do Rio, o Corpo de Bombeiros atendeu entre janeiro e a primeira quinzena de agosto de 2021, 782 ocorrências de incêndio florestal a mais do que no mesmo período de 2020. Um acréscimo de 8,8% na quantidade de casos, somando o total 9.665 queimadas.

EPIs e materiais de combate a incêndios para municípios

A doação dos EPIs também é parte da Campanha Fiscal de Queimadas e está dentro das ações previstas no Plano Associativo de Combate, Prevenção e Mitigação de incêndios florestais, do Comitê Guandu.

Com um investimento de quase R$ 700 mil, desde 2019,  foram adquiridos pelo  Colegiado cerca de 3 mil EPIs, entre eles, botas de proteção, balaclavas, máscaras antifumaça, capacetes e enxadas, que servirão para fortalecer o trabalho de 13 municípios da bacia.

Serão contemplados os municípios de Barra do Piraí, Eng. Paulo de Frontin, Itaguaí, Japeri, Mangaratiba, Mendes, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio Claro, Seropédica e Vassouras.

 “A entrega de todos os equipamentos de combate a incêndios e EPIs é um grande salto na gestão participativa dos Comitês de Bacias. Atingir essa missão é um dever de todos nós”, destacou o gestor ambiental Marcelo Danilo Bogalhão, que integra a Diretoria do Comitê Guandu.

Importância da preservação

Ainda de acordo Marcelo Danilo, que também é Subcoordenador do Grupo de Trabalho de Infraestrutura Verde (GTIV), com o evento do Dia da Mata Atlântica, o Comitê quer chamar ainda mais a atenção para a necessidade de preservação desse importante bioma que, em um passado remoto, já cobriu toda a região costeira e uma larga faixa adentrando o Brasil.

“Conscientizar e proteger o bioma da Mata Atlântica é garantir a sobrevivência de diversas espécies ameaçadas de extinção, tanto fauna quanto flora, sendo um dos biomas mais ricos do mundo em diversidade”, destacou Danilo.

O gestor ambiental ressaltou também a importância da preservação da Mata Atlântica como um grande produtor de água.

“É uma garantidora da sobrevivência e manutenção de diversos ecossistemas integrados e é onde vive mais de 70% da população do país. A recuperação das áreas degradadas é muito importante, como também garantir a preservação dessas áreas para que elas se consolidem como florestas”, completou.