Mais do que receberem os Pagamentos Por Serviços Ambientais (PSA),  produtores rurais de Engenheiro Paulo de Frontin puderam, nesta sexta-feira (25), experenciar e compartilhar as conquistas já alcançadas pelo Programa Produtores de Água e Floresta (PAF), do Comitê Guandu-RJ, na sub-bacia do rio Sacra Família.

Durante o evento para marcar a entrega dos cheques simbólicos, referentes ao pagamento de R$ 77 mil, divididos para 25 produtores rurais do município, a Técnica em Recursos Hídricos da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap), Isabela Trece, fez a apresentação dos resultados obtidos com o programa na Sacra Família de 2019 até o momento, já que os produtores seguem atuando na recuperação e preservação florestal da região, que inclui também beneficiados em Mendes e Vassouras.

“São mais de 44 mil árvores plantadas, quase 800 hectares de áreas conservadas, de manutenção da floresta em pé, além de 50 hectares de áreas restauradas nestes três municípios”, destacou a técnica da Agevap.

Na ocasião, foi montada uma mesa para discutir sobre a importância da ação para a realidade socioeconômica da região, em que participaram Mayná Coutinho, diretora-geral do Comitê; o também diretor do Colegiado, Rodrigo Hosken; Luiz Felipe César, representante da Crescente Fértil, contratada pela Agevap para executar o PAF – Sacra Família; o coordenador do Grupo de Trabalho de Infraestrutura Verde (GTIV), Hendrik Mansur; o prefeito de Engenheiro Paulo Frontin-RJ, José Emmanoel Rodrigues Artemenko; o presidente da Câmara de Vereadores da Cidade, Júlio César da Silva Serenoo; e o secretário municipal de Meio Ambiente, José Márcio. 

Ainda durante o evento, também aconteceu uma apresentação da professora do Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Vanessa Maria Basso. Ela mostrou para os produtores qual é o valor da floresta, como transformá-la em dados econômicos. A professora, inclusive, é das contempladas pelos editais de auxílio à pesquisa custeados pelo Colegiado.

Outros destaques no PAF – Sacra Família foram mostrados no evento, como as ações experimentais em algumas propriedades. Na região foi feita a implantação dos Sistemas Agroflorestais e a muvuca, esta desenvolvida na parceria com o Caminhos da Semente.

Logo após as apresentações foram feitos os pagamentos dos valores correspondentes à área de conservação e recuperação florestal dentro de cada propriedade. Com o PAF, os produtores recebem também incentivos e apoio técnico para a conversão produtiva, na qual é feito o manejo correto das suas áreas visando uma produção ambientalmente correta, preservando a vegetação nativa.

O PAF foi idealizado e é mantido financeiramente pelo Comitê Guandu. O objetivo é promover a conservação e a recuperação florestal no território da bacia, gerando ganhos ambientais e contribuindo com a qualidade da água que abastece cerca de nove milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. 

Além da Sacra Família, o PAF já mudou, desde 2009, a realidade de mais de 5.000 hectares de Mata Atlântica, aumentando a cobertura florestal e contribuindo para melhoria da qualidade e regularização da produção de água. Com o programa do Comitê Guandu, já são R$ 2,7 milhões repassados a mais de 100 produtores por meio do PSA.

A próxima ação de pagamentos do projeto está prevista para ocorrer em 13/12, quando serão contemplados os produtores do município de Mendes. O repasse dos envolvidos no PAF em Vassouras ainda terá uma data marcada.

Diretora-geral do Comitê destaca pioneirismo da iniciativa

Ao destacar a jornada do Produtores de Águas e Florestas (PAF), a diretora-geral do Comitê Guandu, Mayná Coutinho, ressaltou que o programa começou como uma das primeiras iniciativas no Brasil a utilizar o Pagramento por Serviços Ambientais (PSA), como instrumento de gestão diretamente relacionado à oferta de serviços hidrológicos.


“Essa agenda ganha escala dentro do Comitê e compreendemos completamente a importância dela para termos uma bacia restaurada. Hoje temos mais de 5 mil hectares de mata atlântica conservados ou recuperados. Isso só é possível graças à atuação comprometida dos municípios participantes, junto com o engajamento dos produtores. Somente dessa maneira construímos a sinergia necessária em direção a restauração completa da nossa região. Nessa ocasião, agradecemos aos produtores, a Prefeitura de Paulo de Frontin, a TNC e a Crescente Fértil pela parceria frutífera”, disse a diretora-geral.


Outro ponto importante mencionado por Mayná Coutinho é o acompanhamento dos resultados do PAF. “Nós ainda monitoraremos os impactos positivos através do Observatório de Bacia e estamos construindo ampliações da Agenda de Infraestrutura Verde no Comitê Guandu com o SAF, Turismo Agroecológico e outras ações”, concluiu.