Um dos braços do programa Produtores de Água e Floresta, o PAF (Re)Floresta Água e Carbono projeta um ano de muito trabalho com o alcance, até o fim do segundo semestre, de 45 hectares restaurados com o plantio de 31 mil mudas utilizando cerca de 100 espécies nativas da Mata Atlântica. Essa é só uma das ações desenvolvidas pelo projeto em Rio Claro-RJ, onde o Comitê Guandu já atua desde 2008, alcançando no município a maior parte dos 5.000 hectares de áreas florestais restauradas e conservadas pelo PAF.

Realizado pela Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP) e financiado pelo Comitê Guandu-RJ e Programa Petrobras Socioambiental, o (Re)Floresta contribui para o enfrentamento do desafio global por meio de um trabalho interconectado entre ações de reflorestamento, educação ambiental, pesquisa cientifica e articulação territorial socioambiental.

O fortalecimento das comunidades locais segue como um dos destaques do projeto. Para 2024, estão previstas cinco capacitações técnicas para os moradores do Quilombo do Alto da Serra do Mar; além de dois treinamentos para os proprietários rurais também de Rio Claro. A exemplo do que aconteceu em 2023, o projeto vai realizar mais atividades contínuas de educação ambiental relacionadas à floresta e mudanças climáticas junto à comunidade escolar do município.

O avanço científico e técnico sobre os resultados das ações do PAF na qualidade da água, solo e captação de carbono também fazem parte das projeções. Estimativas iniciais indicam que o PAF em Rio Claro sequestrou, desde 2008, 85.000 toneladas de carbono. Para o levantamento está sendo realizada o sensoriamento remoto.

A pesquisa intitulada o “Impacto da restauração florestal no estoque de carbono do solo” é desenvolvida pelo Laboratório de Estudo das Relações Solo-Planta (LSP), do Departamento de Solos do Instituto de Agronomia da Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e coordenado pelo professor Everaldo Zonta. O trabalho, em andamento, é realizado em 17 áreas, englobando terras reflorestadas pelo PAF e outras degradadas.

Também seguirão sendo monitoradas, neste ano, três  nascentes e um ponto no Rio Papudo, na comunidade do Quilombo do Alto da Serra do Mar, para determinação da qualidade da água. A comunidade coleta água dessas nascentes para consumo e utilização em diversas atividades.

Ao longo de um ano de projeto, foram plantadas 5.644 mudas, com um plano de atingir 31.873 mudas no total. Além do plantio direto, são realizadas técnicas de semeadura de jussara, cercamento de áreas para regeneração e enriquecimento.

Os serviços de restauração florestal estão sendo realizados pela Ecovale Consultoria Agroambiental, empresa contratada para realização das ações. O recurso utilizado para essa contratação é proveniente da cobrança pelo uso da água e foi destinado para essa finalidade graças ao Comitê.

O (Re)Floresta também entende a importância de promover um trabalho integrado com o território e a comunidade e que atinja diferentes setores. Entre as parcerias, estão secretarias do município devRio Claro; órgãos de assistência técnica rural; Conselhos de assistência social; comunidade escolar; IFRJ Pinheiral; programa Replantando Vida da Cedae; além do próprio Quilombo do Alto da Serra do Mar.

Mais investimentos

Reconhecido internacionalmente, o PAF é desenvolvido dentro da Agenda de Infraestrutura Verde do Comitê Guandu, sendo um dos projetos de maior longevidade dentre as ações executadas com aporte de recursos do Colegiado. O Produtores de Água e Floresta deve receber em 2024 mais de R$ 6,3 milhões, com uma parte deles direcionada justamente ao projeto (Re)Floresta. Outra fatia do recurso disponibilizado pelo PAF será para a implantação de projetos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que terá nova seleção pública voltada a proprietários de áreas rurais que preservarem ou recuperarem suas florestas.